"O Estado e os subsídios para empregados"
A imprensa de hoje refere uma
situação que, creio, é do conhecimento generalizado mas pouco escrutinada. Os interesses em jogo aconselham essa discrição, por assim dizer.
Com alguma satisfação e recorrente referência pelo Governo temos vindo
a assistir à diminuição da taxa de desemprego.
Acontece que cerca de 90% dos
empregos criados no âmbito do IEFP são subsidiados pelo estado sendo que a taxa
de 15.1% passaria a uns bem mais graves 18.2 % se fossem acrescentadas as
pessoas em formação (estágios) ou envolvidas em programas como Contrato Emprego
- Inserção e o programa Estímulo Emprego. Estão em situações desta natureza
cerca de 162 000 pessoas.
Está assim claro que a
recuperação do emprego, tão referida pela máquina de propaganda assenta numa
habilidade que, muito provavelmente, a prazo se revelará ineficaz. É sabido que
muitos empregadores usam e abusam de estagiários promovendo uma altíssima
rotação. Como é evidente, o "esquema" serve às empresas, acedem a mão
de obra qualificada e barata, é subsidiada, e quando se esgota o tempo haverá
alguém que substitui quem sai. As pessoas entre o nada e a migalha hipotecam a
dignidade em nome da sobrevivência.
A formação profissional sempre
foi uma área em que se verificam situações envoltas em "habilidades".
Todos conhecemos pessoas no desemprego, em particular de longa duração, que são
chamadas e "obrigadas" a fazer formação que chega a ser anedótica e
um desperdício mas que lhes garante um subsídio e ao mesmo tempo torna as
estatísticas mais simpáticas.
Não há muito a fazer, é a
política ... estúpido. Habilidosa e manipuladora como muitas vezes é.
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