segunda-feira, 14 de julho de 2014

MANHOSICES


"O Estado e os subsídios para empregados"
A imprensa de hoje refere uma situação que, creio, é do conhecimento generalizado mas pouco escrutinada. Os interesses em jogo aconselham essa discrição, por assim dizer.
Com alguma satisfação e recorrente referência pelo Governo temos vindo a assistir à diminuição da taxa de desemprego.
Acontece que cerca de 90% dos empregos criados no âmbito do IEFP são subsidiados pelo estado sendo que a taxa de 15.1% passaria a uns bem mais graves 18.2 % se fossem acrescentadas as pessoas em formação (estágios) ou envolvidas em programas como Contrato Emprego - Inserção e o programa Estímulo Emprego. Estão em situações desta natureza cerca de 162 000 pessoas.
Está assim claro que a recuperação do emprego, tão referida pela máquina de propaganda assenta numa habilidade que, muito provavelmente, a prazo se revelará ineficaz. É sabido que muitos empregadores usam e abusam de estagiários promovendo uma altíssima rotação. Como é evidente, o "esquema" serve às empresas, acedem a mão de obra qualificada e barata, é subsidiada, e quando se esgota o tempo haverá alguém que substitui quem sai. As pessoas entre o nada e a migalha hipotecam a dignidade em nome da sobrevivência.
A formação profissional sempre foi uma área em que se verificam situações envoltas em "habilidades". Todos conhecemos pessoas no desemprego, em particular de longa duração, que são chamadas e "obrigadas" a fazer formação que chega a ser anedótica e um desperdício mas que lhes garante um subsídio e ao mesmo tempo torna as estatísticas mais simpáticas.
Não há muito a fazer, é a política ... estúpido. Habilidosa e manipuladora como muitas vezes é.

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