quarta-feira, 23 de julho de 2014

A GUINÉ EQUATORIAL NA CPLP. Bienvenida e muy limpia

"Na declaração de Díli, Portugal força referência à abolição da pena de morte na Guiné Equatorial

Está fechada uma página negra da diplomacia portuguesa. A partir de hoje a Guiné Equatorial é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Conclui-se um processo escandaloso. O Dr. Rui Machete, Ministro português(?) dos Negócios Estrangeiros afirmava em 2 de Março que não "existiam razões para duvidar" da palavra da Guiné Equatorial. A realidade bem conhecida e documentada desmente, obviamente, a afirmação do do Dr. Machete, vendido aos "negócios estrangeiros" no sentido literal do termo.
Como é evidente,  a não ser que seja por "honoris causa" de que se não vislumbra a razão, não se percebe muito bem como um país que tem como língua oficial o castelhano, foi uma antiga colónia de Espanha, vai administrativamente mudar a sua língua oficial e passar a falar português para integrar a CPLP. 
É ainda reconhecido o regime ditatorial, cleptocrata e corrupto que a governa, com a família governante perseguida pela justiça internacional, a miséria brutal em que vive a esmagadora maioria do seu povo, desrespeito absoluto por direitos humanos incluindo a pena de morte em vigor, etc..
Esta adesão, um "final feliz" como lhe chamou  uma figura ímpar da diplomacia portuguesa, o Secretário de Estado Campos Ferreira, constitui um favor ao regime que lhe permite branquear a sua imagem e minimizar o crescente isolamento na comunidade internacional.
É certo que a CPLP corre também o risco de se transformar em Comunidade dos Países de Língua Acordesa, mas a entrada de um país de língua castelhana ou, uma nova variante transitória, o "conhecido portunhol" é algo de estranho, no mínimo.
Não terá qualquer relação com este processo, evidentemente, o facto da Guiné Equatorial ser o terceiro maior produtor de petróleo da África subsariana.
Talvez Rui Machete quando referia que não tinha razões para duvidar do regime da Guiné Equatorial tivesse em mente as promessas de injectar dinheiro no Banif ou noutros "negócios estrangeiros" que comprem esta adesão e a tentativa de branqueamento internacional.

Uma "semvergonhice" decorrente da "realpolitik".

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