quinta-feira, 18 de julho de 2013

À DERIVA

O Presidente da República a anilhar cagarras nas Ilhas Selvagens depois de ter dito aos partidos do arco da governação que "têm de ser amiguinhos" e construir um "compromisso de salvação nacional", tarefa que até pode resultar na aparência mas que provavelmente falhará na substância.
A Assembleia da República num espectáculo cacofónico em que cada um fala para os seus fingindo que fala para os outros, num alinhamento de interesses, os da partidocracia e a gestão dos poderes, por demais conhecido e que fazendo parte do problema, dificilmente poderá fazer parte da solução. A democracia política precisa imprescindivelmente dos partidos, mas a praxis dos partidos pode fragilizar a democracia política. A nossa vida cívica e política está com uma saúde débil, não inspira confiança, não mobiliza, afasta os cidadãos como mostra o nível crescente de abstenção e os estudos de opinião. 
O Governo a insistir em soluções velhas, reconhecidamente ineficazes no que às pessoas diz respeito e recusando obstinadamente a mudança, confundindo persistência com teimosia e insensibilidade.
Entretanto, cá fora, no que alguns chamam o "país real", vive-se uma agonia de desesperança que mina o presente e o futuro.
E a jangada de pedra vai-se movendo, à deriva.


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