sexta-feira, 26 de julho de 2013

(I CAN´T GET NO) SATISFACTION

Farto das trapalhadas que o mal frequentado mundo da política pequenina do Portugal dos Pequeninos vai produzindo perante a generalizada indiferença da maioria de nós, já não nos supreendemos, apenas aguardamos por novos episódios, uma notas de natureza bem diferente.
A imprensa de hoje refere a chegada aos 70 anos  de Mick Jagger. Este rapaz entrou no clube onde já habitam nomes como Bob Dylan, Leonard Cohen, Lou Reed, John Cale, Paul McCartney, Aretha Franklyn ou Caetano Veloso, o respeitável clube dos septuagenários.
É o tipo de notícia que funciona imperativamente como um espelho e um activador de memória.
Em primeiro lugar o espelho. Na verdade, Mick Jagger nos 70 reflecte uma coisa óbvia, vou quase nos 60. O tempo é algo estranho que de vez em quando nos cai em cima, literalmente,  fui avô há dias e percebo que ando a ouvir os Stones há 40 anos, uma eternidade.
Por outro lado, a notícia acorda necessariamente memórias, os Stones, bem como os nomes que também citei em cima fazem parte da banda sonora do que tem sido a minha vida e a de muita gente da minha geração.
Ao olhar para o que temos à nossa volta, fico com algumas dúvidas se fizemos da melhor forma o que nos competia fazer, cuidar do mundo para o deixar melhor aos que nos seguem, filhos e netos mas foi também assim que aqui chegámos.
 
 

2 comentários:

Anónimo disse...

Ser pequenino

Letra do Poeta Carlos Conde

Do repertório de Alfredo Duarte ( Marceneiro )

Que bom que é ser pequenino,
Ter pai, ter mãe, ter avós,
Ter esp’rança no destino
E ter quem goste de nós.

A velhice trás revés,
Mas depois da meninice
Há quem adore a velhice
P’ra ser menino outra vez.
Ser menino, que altivez
De optimismo e desatino!
Ver tudo bom e divino,
Tudo esperança, tudo fé,
Enquanto a vida assim é
Que bom que é ser pequenino!...

Ver tudo com alegria,
Sem delongas, sem demora,
Ver a vida numa hora
Ter na mente a fantasia
Dum bem que ninguém supôs,
Ter crença, sonhar a sós,
Co’ a grandeza deste mundo
E, para bem mais profundo,
Ter pai, ter mãe, ter avós.

Ter muito enlevo a sonhar,
Acordar e ter carinho,
Ter este mundo inteirinho
No brilho do nosso olhar.
Viver alheio ao penar
Deste orbe torpe, ferino,
Julgar-se eterno menino,
Supor-se eterna criança,
E, num destino sem esp’rança,
Ter esp’rança no destino.
Ó desventura, ó saudade,
Causas da minha inconstância,
Daí - e pedaços de infância,
Retalhos de mocidade.
Dai-me a doce claridade
Roubando-me ao tempo atroz
Quero ter a minha voz
P’ra cantar o meu passado...
É tão bom cantar o fado
E ter quem goste de nós!...

Abraço
António Caroço

Zé Morgado disse...

Boa escolha, António.
Abraço