Agora foi o Dr. Portas que bateu com a porta.
O processo de demissão de Vítor Gaspar, nos termos em que a justificou, e a sua substituição pela ajudante Maria Luís Albuquerque, para além de outros efeitos causou uma vítima de peso, o Dr. Portas.
Na verdade e sem querer concorrer com os politólogos, creio, que este era justamente o tempo e a circunstância que o Dr. Portas precisava.
A coligação era já uma espécie de coligação, com desgaste visível e divergências de que tivemos vários exemplos. O Governo estava numa espécie de implosão em modo lento.
Acontece que o Dr. Portas tem a noção clara de que para garantir a sobrevivência política pessoal e a do CDS-PP precisa incontornavelmente de ser poder.
Dado o previsível percurso que em matéria política nos espera, as próximas eleições antecipadas ou não, levarão, muito provavelmente, a mudança de protagonistas, o que não significa necessariamente alteração substantiva de políticas. Aliás, creio que o Dr. Seguro estará a sentir-se ... inseguro.
Neste contexto, era importante para o Dr. Portas, reconhecido especialista em portas, demarcar-se do Governo de modo a manter uma porta aberta para a aproximação ao próximo Governo, provavelmente do PS que, como também é de prever não terá maioria absoluta.
Neste cenário, que me parece provável, o Dr. Portas ensaia assim uma jogada de puro calculismo político que lhe permita chegar ao governo, manter-se, apenas mudando de hospedeiro.
Especulação alucinada? Deixem lá ver, como se diz no Alentejo.
Resta saber o calendário que pode, por exemplo, ser determinado e acelerado por um abandono dos ministros do CDS-PP solidários, é claro, com o Dr. Portas como no site do Expresso se noticia ou mesmo a demissão de Passos Coelho rapidamente anunciada a contragosto de Cavaco que está a ver a calma de Belém a agitar-se.
PS 1 - As voltas que a história dá. O Dr. Portas a tentar gerir as portas, fechando umas para que outras se possam abrir e agora acaba como Martim Moniz, entalado na porta que quis fechar. O Primeiro-ministro não aceitou que a porta se fechasse nem bateu com a porta e agora lá terá o Dr. Portas de assumir o ónus de abrir a porta da crise política. Vamos ver como reage agora na próxima jogada o entalado, o Dr. Portas, e a sua rapaziada.
PS 2 - Afinal, pode acontecer que os superiores interesses do País obriguem ao sacrifício do entendimento e o casamento, a coligação, continue em modo união de facto com separação de interesses. Com estadistas desta dimensão não será surpreendente.
No entanto, existem jogos mais estimulantes do que esta trapalhada.
Resta saber o calendário que pode, por exemplo, ser determinado e acelerado por um abandono dos ministros do CDS-PP solidários, é claro, com o Dr. Portas como no site do Expresso se noticia ou mesmo a demissão de Passos Coelho rapidamente anunciada a contragosto de Cavaco que está a ver a calma de Belém a agitar-se.
PS 1 - As voltas que a história dá. O Dr. Portas a tentar gerir as portas, fechando umas para que outras se possam abrir e agora acaba como Martim Moniz, entalado na porta que quis fechar. O Primeiro-ministro não aceitou que a porta se fechasse nem bateu com a porta e agora lá terá o Dr. Portas de assumir o ónus de abrir a porta da crise política. Vamos ver como reage agora na próxima jogada o entalado, o Dr. Portas, e a sua rapaziada.
PS 2 - Afinal, pode acontecer que os superiores interesses do País obriguem ao sacrifício do entendimento e o casamento, a coligação, continue em modo união de facto com separação de interesses. Com estadistas desta dimensão não será surpreendente.
No entanto, existem jogos mais estimulantes do que esta trapalhada.
1 comentário:
Também tenho uma veia politóloga mas não tenho estatuto intelectual nem goma suficiente no colarinho para "chatear" outros por outras vias, por isso utilizo abusivamente o seu blog para destilar as minhas opiniões. AS MINHAS DESCULPAS...
Parece-me que o sr. Portas jogou forte nesta parada. Se o governo cair na sua totalidade e as eleições realizarem-se este ano, capitaliza votos porque a memória do povo está fresca e não esquece a recusa (maquiavélica) de Portas a determinados agravamentos de impostos. Se não cair e perdurar até ao fim da legislatura a memória do povo diluiu-se no tempo e não ganha nada com a aposta na demissão.
Tendo em consideração o seu curriculum jornalístico e político acredito que tenha feito a aposta certa o que é perigoso para o povo porque o sr. Portas tem um umbigo e uns ideais políticos que não se coaduna com os interesses reais do povo.
Tenho dito!!!
VIVA!
Enviar um comentário