segunda-feira, 15 de julho de 2013

A IRREVOGÁVEL INSTABILIDADE, INSENSIBILIDADE E MEDIOCRIDADE

O PS anunciou que votará favoravelmente a moção de censura que os Verdes apresentarão no Parlamento e que claramente vem dar uma ajuda ... ao Governo. Não parece estranho para quem tem exigido eleições antecipadas e já apresentou a sua própria moção de censura ao Governo que considera incompetente, falhado nos objectivos e nas políticas e esgotado na capacidade de minimizar os problemas do País.
Acontece que, por outro lado, o PS envolve-se nas negociações conducentes ... à continuidade do Governo. Estranho, não, Carlos Zorrinho explicou que não apoiam o Governo e por isso o censuram, mas estão a negociar com os partidos, PSD e CDS-PP e não com o Governo. Claro, como é não me ocorreu logo, PSD e CDS-PP são algo de diferente de um Governo PSD /CDS-PP como é evidente.
Estas negociações impostas por uma bizarra decisão do Presidente Cavaco Silva e condenadas ao fracasso ou a serem coisa nenhuma, levam a episódios deste tipo e tudo isto seria algo de alucinado mas no fundo, é apenas mais um bom exemplo dos fios de que se tece a trama da partidocracia em Portugal.
Creio que qualquer de nós consegue perceber que uma classe política, que salvo honrosas excepções é medíocre, vive e mantém-se com base num complexo jogo de interesses e equilíbrios na gestão e distribuição dos poderes, desde logo nos aparelhos partidários, a incubadora ideológica e ética desta gente, e, naturalmente, no aparelho político do país que assim está capturado pela partidocracia. Esta mediocridade é que parece irrevogável.
 O que esta gente parece incapaz de compreender é o efeito devastador que o seu comportamento e os seus discursos têm numa população massacrada a viver num mar de dificuldades, a viver um momento de desesperança.
É inquietante a falta de lucidez e insensibilidade para perceber os prejuízos causados por estes jogos, cujos participantes continuam absolutamente indiferentes usando uma retórica que, boa parte das vezes, é um insulto à inteligência e à ética.
O drama é que, de quem é parte do problema não podemos esperar que seja parte da solução.
Com muita frequência ouvimos dizer que temos o que merecemos. Não concordo, não merecíamos tal sorte.
O problema é que as alternativas não são animadoras.

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