No fim da tarde de hoje, apesar
do calor e do protesto do corpo, fiz-me à corrida no Parque da Paz, numa tentativa
de enganar a idade.
Já no final da imensidade de quilómetros
realizados e quando me preparava para uns exercícios de relaxamento, reparo na
brincadeira de duas crianças, um rapaz de uns seis anos e uma miúda mais
novita, mas pouco. A brincadeira consistia no retirar dos sacos para dejectos
caninos do respectivo dispositivo e ir para um bebedouro tentar enchê-los de
água. Quando o conseguiam, as criancinhas rebentavam os sacos que eram
abandonados no chão e reiniciava-se o "jogo" com novos sacos.
Acontece que a dois ou três
metros, os pais das criativas crianças sentados à sombra assistiam sem um
sobressalto à brincadeira.
Depois de alguma hesitação, lá
entendi que à luz de uma espécie de responsabilidade social, deveria dizer
qualquer coisa. Achei por bem apanhar primeiro os sacos que já estavam
estragados no chão e dizer aos gaiatos que já quase não havia sacos para
apanhar a produção "canina".
Os paizinhos ouviram e apesar de
me terem dirigido um olhar pouco simpático, por assim dizer, lá se dirigiram
aos miúdos para que a "brincadeira" terminasse.
Não sei como ficou mas não me
admiro que tenha recomeçado.
Ainda mantenho a esperança de que
os miúdos consigam educar os pais de modo a que o seu comportamento seja
melhor.
Na verdade, acredito que uma das
boas maneiras dos pais serem bons pais é estarem atentos aos comportamentos dos
miúdos e ajudá-los a perceber o que pode, ou não, ser feito, quando deve, ou
não, ser feito e como deve ser feito, quando é caso disso. Nesta perspectiva e
na verdade, são os comportamentos dos miúdos que sustentam o comportamento dos
pais, os educam.
Talvez estes pais ainda compreendam
a tempo que os miúdos, com a "brincadeira" que realizavam, lhes estão a dizer que precisam muito de ajuda
para se organizar e perceber a diferença entre uma brincadeira divertida e algo
que não deve ser feito.
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