A história que hoje poisou na
imprensa relativa ao anúncio de emprego
publicitado pelo IEFP no qual constava o nome da pessoa a admitir,
"lapso" que o Instituto "esclareceu", não merecia mais do
que uma nota de rodapé na espuma das notícias de Verão.
O eco que atinge decorre, do meu
ponto de vista, não da sua relevância, mas da cultura instalada de que boa
parte do emprego, sobretudo, quando se sobe na escala, é mais dependente do amiguismo,
do cartão e das fidelidades partidárias, do tráfico de influências do que dos
méritos revelados em concursos abertos e transparentes.
Todas as administrações afirmam
uma retórica de combate "firme" no qual farão "tudo que estiver
ao seu alcance" (adoro esta expressão) para introduzir transparência e
justiça e, de uma vez por todas, acabar como os "jobs for the boys" e
"for the girls", como diria Francisco Louçã.
Como se lembram também a actual
administração afirmou a mesma profissão de fé. Um olhar sem grande profundidade
sobre o que tem acontecido, mostra como a tradição anda é o que era e os exemplos
de "emprego com nome associado" são mais que muitos, bem como as
excepções aos cortes salariais como ainda nos últimos dias foi noticiado, quer
com a nomeações pra cargos da administração da saúde de pessoas com currículo
ou formação irrelevantes na matéria mas com "encosto partidário"
certo, quer com os vencimentos "excepcionais" da direcção do Instituto
de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, situações ainda fresquíssimas.
De modo que, desculpem lá, no
meio deste universo pantanoso, o emprego da senhora educadora de infância, Vera
Pereira, com a fortuna de 833 € ao abrigo do Programa Estímulo 2012, que obriga
a que esteja no desemprego há mais de seis meses, não passa de, como diria Eduardo Catroga um
dos grandes valores do mercado dos cartões partidários, ...
peanuts.
Os tubarões deste circuito
estarão certamente a rir-se com a petinga apanhada em Tavira.
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