Hoje, no calor do Meu Alentejo mas à sombra da pimenteira,
falava com um companheiro, o Zé, homem de mil ofícios que fazia aqui uns
amanhos no monte e as palavras levaram-nos para as viagens longas de
automóvel e a “seca” em que às vezes se tornam.
O meu interlocutor revelou, para minha surpresa devo
confessar, que já tinha viajado para Inglaterra ao volante de um carro de
transporte de mercadorias.
Comentei as dificuldades dessas viagens pela lonjura e ainda
com a particularidade acrescida de ter de circular pela esquerda ao chegar a Inglaterra.
O Zé coloca um ar de concordância e responde, “o problema é
que os ingleses são muito esquisitos, querem tudo muito certinho, não se pode parar
em qualquer sítio que a gente precise. Andar pela esquerda não me custou nada”.
Pois é, há gente mesmo esquisita, querem fazer as coisas
certinhas, são mesmo uns tótós. Não gozam os prazeres de uma vida de tolerância e flexiblidade, por assim dizer,
em que, por exemplo, paramos onde queremos ou precisamos. Não sabem o que perdem.
O meu amigo Zé é que os topa, a esses ingleses esquisitos.
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