Numa das últimas idas à praia
para a caminhada que bem dispõe, deparei com uma cena mágica, daquelas que
ficam impressas e nítidas e nos deixam de bem com a vida, eventualmente por
pouco tempo, mas que a lembrança seja infinita enquanto dure, recordando Vinícius.
Por isso, aqui fica a impressão que desejo nítida.
Muito perto uma da outra e junto
dos respectivos progenitores, estavam duas crianças pertinho do mar.
Uma, vestida com uma fatiota
completa e patusca que cobria também a cabeça, rastejava pela areia num esforço
empenhadíssimo de quem quer mesmo aprender a andar. Com o rabo pesado das
fraldas, o gaiato, ou gaiata, não parava e sob o olhar da mãe seguia num
empreendimento que um dia o levaria a estar de pé e a andar a sua vida.
A outra criança, um rapazito mais
velho, uns sete ou oito anos, estava com um ar muito sério dentro do seu fato
de surf completo, prendia a prancha ao pé para com o pai também de equipamento
completo e que por ele aguardava, se dirigir ao mar e aprender a lidar com as
ondas. Vai ser importante para ele, lidar com as ondas e não submergir na sua
turbulência.
Ainda fiquei a olhar para aqueles
miúdos e convicto que, apesar da desesperança que impera, na verdade haverá futuro
para além da crise. Construído com eles e por eles que vão fazendo a sua parte. Não podemos falhar na nossa.
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