O rapaz não tem descanso e não
anda bem. Primeiro tentou um movimento que dentro do PS impedisse o acordo que
veio a acontecer com BE e PCP. A coisa deu em nada e, prudentemente o Assis
avisou que vai andar por aí, pelo Parlamento Europeu, mais aquietado. Foi por pouco tempo, sentiu o chamamanento.
Agora resolveu abrir a boca para dizer que só Maria de Belém pode unir toda a esquerda e ganhar as eleições
presidenciais na segunda volta.
A ver se nos entendemos, o Assis
foi e é contra o entendimento à esquerda, queria o PS na oposição. Agora
vem reclamar o apoio a Maria de Belém para … unir a esquerda.
Das duas … uma. Ou o Assis anda
baralhado sem perceber se quer a “unidade” da esquerda ou um PS isolado ou
então o Assis é mesmo um génio. Quer o PS na oposição e percebe que
um bom contributo será a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa. Ora a melhor forma
de conseguir a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa é apoiar Maria de Belém.
Marcelo e a direita agradecem o generoso e desinteressado conselho do Assis.
É claro para muita gente a
inquietação provocada pela independência e autonomia de Sampaio da Nóvoa que forçaram
à apresentação da candidatura cinzenta e inócua de Maria de Belém.
Não estão em causa as qualidades
pessoais ou a sua simpatia. Muito menos considero que opiniões
contra esta candidatura traduzam, como demagogicamente Manuel Alegre afirma, a
existência de "preconceitos machistas ou sexistas" é algo de
extraordinariamente simples a irrelevância política de Maria de Belém de que se
não conhece um qualquer conjunto de ideias para e sobre o país.
Tem para apresentar um trajecto
político dentro do aparelho do partido, com cargos relevantes na estrutura, foi
presidente do PS, mas o PS não é o país. Não recordo também marcas que
sublinhassem a sua passagem pelo Ministério da Saúde.
Em síntese e como afirmou
Henrique Neto em entrevista recente, em toda a vida política Maria de Belém
"entrou calada e saiu silenciosa". De um Presidente calado e sem
independência estamos cansados e urge a mudança. Por isso ainda mais sentido
vai ganhando a candidatura de Sampaio da Nóvoa.
Parece claro que António Costa
terá a vida mais difícil e um PS entalado ente a mudança e a gestão dos poderes
internos.
No entanto, o que me inquieta, é
que este caminho pode fazer correr o risco de comprometer uma necessidade de
reforço da cidadania e de uma visão humanista na Presidência da República, a
eleição de Sampaio da Nóvoa.
É notória a diferença de conteúdo
e substância das intervenções públicas de Sampaio da Nóvoa que com clareza tem
defendido um entendimento sobre a situação política, sobre Portugal, os nossos
problemas e os nossos caminhos dentro, evidentemente, do quadro de funções a
que se candidata. Uma liderança forte, autónoma, independente dos partidos mas
não contra os partidos, não impõe um caminho mas mostra um caminho, não se
demite, nem se esconde atrás da retórica e da táctica.
É também por isto que a sua
candidatura desperta receios, a prova é a candidatura fabricada de Maria de
Belém, e reacções como as do Assis que mostram
como alguém que pensa, que é proactivo dentro das suas competências, que
é autónomo mas não neutro, inquieta a pantanosa atmosfera política tecida nas
teias da partidocracia.
Será difícil mas será possível.
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