domingo, 29 de novembro de 2015

O ASSIS E AS PRESIDENCIAIS

O rapaz não tem descanso e não anda bem. Primeiro tentou um movimento que dentro do PS impedisse o acordo que veio a acontecer com BE e PCP. A coisa deu em nada e, prudentemente o Assis avisou que vai andar por aí, pelo Parlamento Europeu, mais aquietado. Foi por pouco tempo, sentiu o chamamanento.
Agora resolveu abrir a boca para dizer que só Maria de Belém pode unir toda a esquerda e ganhar as eleições presidenciais na segunda volta.
A ver se nos entendemos, o Assis foi e é contra o entendimento à esquerda, queria o PS na oposição. Agora vem reclamar o apoio a Maria de Belém para … unir a esquerda.
Das duas … uma. Ou o Assis anda baralhado sem perceber se quer a “unidade” da esquerda ou um PS isolado ou então o Assis é mesmo um génio. Quer o PS na oposição e percebe que um bom contributo será a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa. Ora a melhor forma de conseguir a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa é apoiar Maria de Belém.
Marcelo e a direita agradecem o generoso e desinteressado conselho do Assis.
É claro para muita gente a inquietação provocada pela independência e autonomia de Sampaio da Nóvoa que forçaram à apresentação da candidatura cinzenta e inócua de Maria de Belém.
Não estão em causa as qualidades pessoais ou a sua simpatia. Muito menos considero que opiniões contra esta candidatura traduzam, como demagogicamente Manuel Alegre afirma, a existência de "preconceitos machistas ou sexistas" é algo de extraordinariamente simples a irrelevância política de Maria de Belém de que se não conhece um qualquer conjunto de ideias para e sobre o país.
Tem para apresentar um trajecto político dentro do aparelho do partido, com cargos relevantes na estrutura, foi presidente do PS, mas o PS não é o país. Não recordo também marcas que sublinhassem a sua passagem pelo Ministério da Saúde.
Em síntese e como afirmou Henrique Neto em entrevista recente, em toda a vida política Maria de Belém "entrou calada e saiu silenciosa". De um Presidente calado e sem independência estamos cansados e urge a mudança. Por isso ainda mais sentido vai ganhando a candidatura de Sampaio da Nóvoa.
Parece claro que António Costa terá a vida mais difícil e um PS entalado ente a mudança e a gestão dos poderes internos.
No entanto, o que me inquieta, é que este caminho pode fazer correr o risco de comprometer uma necessidade de reforço da cidadania e de uma visão humanista na Presidência da República, a eleição de Sampaio da Nóvoa.
É notória a diferença de conteúdo e substância das intervenções públicas de Sampaio da Nóvoa que com clareza tem defendido um entendimento sobre a situação política, sobre Portugal, os nossos problemas e os nossos caminhos dentro, evidentemente, do quadro de funções a que se candidata. Uma liderança forte, autónoma, independente dos partidos mas não contra os partidos, não impõe um caminho mas mostra um caminho, não se demite, nem se esconde atrás da retórica e da táctica.
É também por isto que a sua candidatura desperta receios, a prova é a candidatura fabricada de Maria de Belém, e reacções como as do Assis que mostram  como alguém que pensa, que é proactivo dentro das suas competências, que é autónomo mas não neutro, inquieta a pantanosa atmosfera política tecida nas teias da partidocracia.
Será difícil mas será possível.

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