Gostei de ler “Mães que brincam e pais que cuidam têm vínculos mais fortes com os filhos”, uma peça referente a um estudo realizado pela Universidade do Porto.
Partindo da importância de há muito concedida aos laços entre crianças e pais e o seu impacto no desenvolvimento o estudo analisa a forma como essa relação é operacionalizada.
Os resultados sugerem que laços mais seguros e de confiança são estabelecidos com mães que para além de cuidadoras, dediquem tempo a brincar com os filhos assim como sugere a importância de que os pais possam ser também cuidadores e não apenas parceiros de brincadeira.
Dito de outra maneira, a alteração dos papéis que mais habitualmente estão atribuídos a pai e mãe pode ser um facto positivo para o desenvolvimento das crianças.
De há muito que afirmo que brincar é actividade mais séria que as crianças realizam, em que põem tudo o que são e constroem tudo o que virão a ser. Daí a minha preocupação com o pouco tempo para brincar que muitas crianças têm, mesmo em contexto familiar.
O estudo também refere que mais do que o tempo disponível dos pais importa o conteúdo, o uso, dado a esse tempo. No entanto, para que se diversifiquem conteúdos é preciso … tempo.
Recordo ainda que num estudo divulgado em 2014 realizado na Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Suíça, Portugal, Espanha Itália e Roménia, Portugal é o país as mães de crianças até aos seis anos, mais trabalham a tempo inteiro fora de casa.
O nível de competição e precariedade nas relações laborais são também pouco favoráveis a que as pessoas, mães ou pais, possam solicitar horários e condições que lhes permitam estar mais tempo com os filhos e serem, à vez ou simultaneamente, cuidadores e parceiros de brincadeira.
Torna-se clara a importância crescente de políticas amigas das famílias e se o forem contribuirão certamente para minimizar o problema sério de natalidade que enfrentamos e proporcionarão melhores ambientes educativos.
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