segunda-feira, 30 de novembro de 2015

DA LEGALIZAÇÃO DO LOBBYING

João Soares da Silva, presidente da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e Associados, defende que o lobbying é lícito e devia ser legalizado, mas não é “nada indicado” para a advocacia.

É verdade que a legalização do lobbying traria, eventualmente, mais transparência a algumas actividades. Isto acontece em algumas sociedades em que a capacidade de escrutínio é maior mas, evidentemente, quem mais influencia mais ganha. Também lhes chamam mercados e liberalismo.
Pela mesma ordem de razões e considerando a elucidativa entrevista do presidente de uma das grandes sociedades de advogados, porque não legalizar a corrupção, o amiguismo, o "favorzinho", a "lembrançazinha", etc.?
Porque não legalizar a promiscuidade escandalosa entre negócios e política, entre legisladores e sociedades de advogados de boa parte das lideranças económicas que ganham milhões em pareceres sobre legislação que lhes foi encomendada e que parece intencionalmente feita de alçapões que sustentam a necessidade de pareceres?
Com tudo isto legalizado teríamos certamente um mundo mais transparente e mais amigável. Para os donos do mundo, é claro.

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