quarta-feira, 11 de novembro de 2015

QUENTES E BOAS

Hoje é o dia de S. Martinho, um dia em que quando era miúdo se tornava obrigatório comer castanhas assadas. Os mais velhos acompanhavam-nas com água-pé. Coisas de outros tempos, é claro.
Agora, temos umas referências rápidas nas escolas, uma chamada de atenção nas superfícies comerciais, sempre se vendem umas castanhas, e pouco mais.
No entanto, em algumas ruas de Lisboa, e não só evidentemente, nestes dias ainda não muito frios, estamos no Verão de S. Martinho, com a noite a chegar mais cedo ainda sentimos o perfume das castanhas assadas pelos vendedores ambulantes que persistem na actividade. Sim, acho mesmo bom o cheiro das castanhas assadas na rua.
Apesar dos orçamentos se apertarem dramaticamente julgo que ainda faremos um esforço para aceder às castanhas assadas, mesmo que meia dúzia. É a única coisa que nos chega embrulhada num agradável "quentes e boas" o que na verdade merece saudação.
Em tempos amargos e frios como os que vivemos, apesar do Verão que Santo nos mandou, é bom chegarem as castanhas assadas, "quentes e boas". Se calhar é isso que lhes dá o valor e daí serem caras.
Agora já não se vendem embrulhadas em jornal ou nas infindáveis páginas das listas telefónicas. Coisas da segurança alimentar, ao que disseram, mas não é a mesma coisa. Castanhas assadas que se prezem vêm num funil feito de uma página de lista telefónica ou, vá lá, num papel de jornal.
Podemos tentar produzir em casa com equipamentos mais sofisticados umas castanhas assadas mas nunca ficam ou eu nunca consegui que ficassem ... quentes e boas, como as que se vendem na rua.
Nem com o mesmo cheiro a Inverno.
Hoje, quando voltei da lida trouxe umas castanhas assadas que fizeram companhia a um copo de água-pé que mão amiga e generosa me fez chegar. Souberam … a pouco.
À vossa saúde.

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