Inicia-se hoje em Paris uma Conferência
das Nações Unidas centrada nas alterações climáticas. Nesta Conferência estará
representada a esmagadora maioria dos países incluindo os que mais contribuem
para as alterações climáticas em análise.
Como provavelmente acontecerá, apesar da retórica dos discursos insistir na defesa da qualidade da vida no planeta, os avanços serão curtos e assim se cumpre o “desenvolvimento”,
dizem. As sucessivas cimeiras fazem parte da liturgia.
Como é evidente, o clima actual é
profundamente preocupante, veja-se o clima em que se realiza a própria Conferência,
a recuperar da tragédia de Paris.
Atentemos ainda no clima de guerra e pobreza que
se instalou em diversas zonas do planeta e que se torna, por exemplo, responsável pela maior crise de refugiados que a Europa está a sofrer depois das guerras
mundiais com um cortejo de tragédias que estão mesmo à nossa beira e não lá
para longe como parecia até há pouco.
Também numa outra escala muitos
de nós sentimos como o clima não está bem, são recorrentes as queixas sobre
alterações no clima, nos climas, e também aqui sabemos que a responsabilidade é dos
homens, ou melhor, da irresponsabilidade dos homens
Só para referir algumas áreas,
veja-se o que tem sido de há anos para cá o clima de funcionamento de boa parte
das escolas portuguesas. Está longe de ser o mais favorável ao bom andamento do
trabalho de professores, alunos e pais.
O clima na saúde também não
atravessa melhores dias com queixas e dificuldades de natureza variada.
O clima político é de uma
turbulência que impressiona o que acaba por criar turbulência na economia e nos
mercados. Como é sabido, os mercados são muito sensíveis à turbulência, ficam
nervosos e assim. Depois … sobra para os suspeitos do costume, nós.
Todo este cenário tem implicações
severas no clima das famílias com níveis de desemprego devastadores e com
dificuldades sociais gravíssimas.
Finalmente, importa considerar,
evidentemente, as potenciais consequências do aquecimento global mas também me
parece que não damos a devida atenção a um fenómeno de natureza contrária, o
arrefecimento global na relação entre as pessoas. Parece razoavelmente claro
que as relações interpessoais, estão mais frias, mais distantes apesar dos
milhares de “amigos” nas redes sociais.
Cada vez mais parecemos
condomínios de uma pessoa só.
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