"Estigma sobre a qualidade dificulta emprego dos diplomados dos politécnicos"
"Politécnicos em dificuldades apostam em mudar regras de acesso ao superior"
Ao que se lê no Público, de
acordo com alguns especialistas, os
cursos dos Institutos Politécnicos são percepcionados como um ensino superior
de "segunda por famílias, alunos e empregadores. Tal entendimento ajuda a
explicar a maior taxa de desemprego entre pessoas formadas nos politécnicos e
pessoas formadas nas universidades, conforme os dados do Instituto de Emprego e
Formação Profissional sustentam.
Neste cenário, a recentemente
conhecida proposta do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores
Politécnicos de introduzir alterações,
baixar o peso dos exames nacionais, no acesso ao ensino politécnico e
apenas neste sistema, parece ser um tiro no pé, correndo o risco de acentuar
essa percepção de "segunda", ou seja, muito provavelmente, os alunos com notas
mais baixas nos exames nacionais sentir-se-ão "empurrados" para os
Institutos Politécnicos e os "melhores" para o ensino universitário.
Não será por acaso que os quatro
maiores Institutos Politécnicos, os de Lisboa, Porto, Coimbra e Leiria se
opuseram à proposta do Conselho tendo os três primeiros procedido à sua desvinculação
do Conselho.
A argumentação de que os dois
sistemas, politécnico e universitário, devem ser diferenciados e que o sistema
de acesso ao ensino superior deve ser alterado parece-me razoável, defendo-o há
muito como aqui já escrevi.
No entanto, introduzir a
diferenciação por esta via é um passo na direcção errada, um tiro no pé apenas
justificado pelo desespero da procura de público para os Institutos mais
ameaçados por falta de alunos.
Creio que o risco de ter um
efeito "boomerang" com uma medida desta natureza é por demais elevado.
Sem comentários:
Enviar um comentário