"Músicos com síndrome de Down e autismo vão representar a Finlândia na Eurovisão"
Peço desculpa pela insistência
mas retomo umas notas sobre um notícia que ontem também aqui tinha referido
numa primeira reacção. No entanto, dada a relevância que do meu ponto de vista
apresenta, volto à questão.
Na Finlândia, o público votou numa
banda musical, Pertti Kurikan Nimipäivät, constituída por pessoas com trissomia
21 e com quadro clínico de autismo para representar o país no Festival da
Eurovisão.
Esta situação é de um significado
fortíssimo.
Em primeiro lugar, deve
registar-se que resulta da eleição pelo público num concurso aberto e não a
nomeação que poderia estar contaminada por outras intenções.
Como muitas vezes aqui tenho
referido, o verdadeiro critério de inclusão é a participação nas actividades
comuns da comunidade. Em muitas circunstâncias, os eventos que em que
participam pessoas com deficiência são-lhes exclusivamente dedicados, apenas
envolvem pessoas com deficiência.
Confesso que estou cansado de
assistir a encontros, escolas por exemplo, mas também iniciativas das instituições, em que, em nome da Inclusão, no meio de um
conjunto de actividades, aparece a "actuação" de um grupo de miúdos
ou graúdos só constituído por gente "especial", a cuja actuação
assiste a população "normal" e que parecem um erro de "casting". Não percebo porque os grupos que
"actuam" não podem ser heterogéneos e em iniciativas abertas como, por princípio, é qualkquer actividade humana.
Eles, os "especiais"
são capazes, como ontem afirmava. Muitos dos outros, de nós, os "normais", têm, temos, dificuldade em acreditar. Enquanto assim for é mais difícil estruturar
actividades de inclusão em que a participação seja real e não um fingimento.
Boa sorte para os Pertti Kurikan
Nimipäivät.
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