terça-feira, 31 de março de 2015

O MEC NÃO GOSTA DOS POBRES

"Ministério da Educação volta a não pagar bolsas de mérito a alunos carenciados"

Tal como aconteceu o ano passado, os alunos do ensino profissional apoiados pela acção social não estão a receber a bolsa de mérito por desempenho escolar.
No ano anterior o MEC, ainda com uma ponta de pudor, voltou atrás e com uma esfarrapada desculpa "interpretação errada dos serviços" acabou por pagar.
Para este ano, o pudor é zero.
O MEC afirma, lê-se no Expresso, que nada mudou na política de atribuição de bolsas e que "todos os processos instruídos e terminados já foram pagos". No entanto, segundo o jornal as escolas garantem ter recebido apenas os montantes que respeitam aos alunos dos cursos científico-humanísticos. É ainda referida a existência de documentação do comissário, perdão, d delegado regional de Educação do Norte em que afirma expressamente que os "cursos profissionais cofinanciados pelo POPH [Programa Operacional Potencial Humano] não poderão ser considerados nesta modalidade, nesta fase". 
Ainda a propósito de apoios aos alunos carenciados, o MEC também cortou as comparticipações para visitas de estudo aos alunos com apoio da acção social escolar. Na mesma linha das bolsas de mérito, o ano passado ainda recuou mas este ano não paga mesmo. No seu peculiar entendimento de autonomia diz que a responsabilidade é das escolas através das receitas próprias que como se sabe são muito significativas.
Definitivamente o pudor desapareceu da 5 de Outubro. O MEC não gosta dos pobres e dos alunos do cursos profissionais, por isso os exclui das bolsas de mérito e dos apoios para a realização de visitas de estudo.
Não haverá ninguém por perto que possa explicar a Nuno Crato o que significa equidade e igualdade de oportunidades?
Sim, eu sei que ele sabe o que significam mas isso choca com a visão que tem de educação e de escola.
Estamos no fundo.

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