Creio que ainda não vos falei do
meu amigo Zé Tangas. Tenho para mim que todos nós tivemos um amigo Zé Tangas.
Pois o meu, era um dos companheiros da adolescência.
Era um cromo o Zé Tangas. Não
havia problema que ele não afirmasse resolver, alguém que ele não afirmasse
conhecer ou algo que lhe fosse impossível realizar, só queria ser útil, a forma
que sentia como caminho para estar com a gente.
É claro que nós aproveitávamos as
fragilidades do infeliz Zé Tangas para o pôr a realizar as tarefas chatas do
grupo. Naturalmente que o Zé Tangas na ânsia de comprar o afecto do grupo se
dispunha e propunha a fazer de tudo para estar nas boas graças do pessoal.
Ainda hoje existem muitos putos
assim que, perdidos, sós, procuram desesperadamente comprar o afecto de um
grupo que os acolha e proteja. Para isso, por vezes, até se dispõem a trabalho
sujo, com base na ideia de que os fins justificam os meios. O grupo, os mais
importantes do grupo, safam-se sempre das histórias e o Zé Tangas, os Zé
Tangas, acabam sempre entalados e a apanhar com as consequências.
Por isso, dão tanto jeito aos
grupos.
Sem comentários:
Enviar um comentário