"Piorar condições de trabalho no SNS compromete a sua sustentabilidade"
No Observador
Uma vista de olhos rápida pela
imprensa de hoje mostra várias referências a um Relatório da Organização
Mundial de Saúde e do Observatório Europeu sobre os Sistemas de Saúde no qual
constam alguns dados e preocupações sobre a saúde dos portugueses.
Alerta-se para os riscos do desinvestimento,
da ausência de respostas, das dificuldades do acesso aos cuidados de saúde por parte dos grupos socialmente
mais vulneráveis, de problemas específicos como os cuidados continuados ou a
saúde mental.
Portugal tem uma despesa em
cuidados de saúde por habitante 20% abaixo da média da União Europeia.
As taxas moderadoras, apesar de
algum efeito na "utilização abusiva", inibem a "utilização"
necessária e a sua existência significa os velhos "atestados de pobreza".
Nesta viagem pela imprensa uma
pequena nota.
Quase todos os trabalhos têm como
título a referência aos problemas, designadamente, o facto da despesa de saúde
por habitante ser 20% abaixo da média da UE. No entanto, o Observador, sem que se estranhe, escolhe para título "Despesa
com saúde em Portugal superior à média da OCDE". Depois lá explica que
apesar da percentagem do PIB para a saúde ser superior à média, dado que em
Portugal o PIB é mais baixo, resulta que a despesa por habitante sempre é 20%
mais baixa que a média da UE.
Para além do exemplo da agenda do
Observador o que releva é justamente
o que o Relatório aponta, os riscos advindos dos cortes e degradação da
prestação de serviços.
Nestas matérias sempre me
recordam a afirmação de Michael Marmot, reconhecido especialista em saúde
pública, que há algum tempo esteve em Portugal, "todas as políticas
podem, ou devem, ser avaliadas pelos seus impactos na área da saúde."
Pela nossa saúde.
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