segunda-feira, 16 de março de 2015

PELA NOSSA SAÚDE

"Piorar condições de trabalho no SNS compromete a sua sustentabilidade"

No Observador

Uma vista de olhos rápida pela imprensa de hoje mostra várias referências a um Relatório da Organização Mundial de Saúde e do Observatório Europeu sobre os Sistemas de Saúde no qual constam alguns dados e preocupações sobre a saúde dos portugueses.
Alerta-se para os riscos do desinvestimento, da ausência de respostas, das dificuldades do acesso aos cuidados de saúde por parte dos grupos socialmente mais vulneráveis, de problemas específicos como os cuidados continuados ou a saúde mental.
Portugal tem uma despesa em cuidados de saúde por habitante 20% abaixo da média da União Europeia.
As taxas moderadoras, apesar de algum efeito na "utilização abusiva", inibem a "utilização" necessária e a sua existência significa os velhos "atestados de pobreza".
Nesta viagem pela imprensa uma pequena nota.
Quase todos os trabalhos têm como título a referência aos problemas, designadamente, o facto da despesa de saúde por habitante ser 20% abaixo da média da UE. No entanto, o Observador, sem que se estranhe, escolhe para título "Despesa com saúde em Portugal superior à média da OCDE". Depois lá explica que apesar da percentagem do PIB para a saúde ser superior à média, dado que em Portugal o PIB é mais baixo, resulta que a despesa por habitante sempre é 20% mais baixa que a média da UE.
Para além do exemplo da agenda do Observador o que releva é justamente o que o Relatório aponta, os riscos advindos dos cortes e degradação da prestação de serviços.
Nestas matérias sempre me recordam a afirmação de Michael Marmot, reconhecido especialista em saúde pública, que há algum tempo esteve em Portugal, "todas as políticas podem, ou devem, ser avaliadas pelos seus impactos na área da saúde."
Pela nossa saúde.

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