"Passos "nada incomodado" com reunião restrita sobre a Grécia"
No âmbito da discussão europeia
envolvendo a situação grega ter-se-á realizado uma reunião em que apenas
participaram Angela Merkel, François Hollande e os líderes das instituições
europeias. Sendo a questão, evidentemente, de importância no contexto da União
Europeia, diversos chefes de estado criticaram a sua realização nestes termos,
apenas com a participação dos "donos" da Europa.
Sem surpresa, Passos Coelho
afirmou que não sentiu "nenhum incómodo" com o formato da reunião.
Ele tem razão, estando lá os chefes é perfeitamente dispensável a presença dos
feitores, dos empregados, dos "bons alunos" que, aliás, nem sequer
discutem as decisões dos chefes. A chefe decidiu, está bem decidido.
Nada de estranho, a soberania
nacional foi soberania revista em baixa e colocada em mobilidade especial, por
assim dizer, portanto, que se lixe a independência, a soberania.
Na verdade, o Governo, feitor sem
mandato desta feitoria em que nos transformaram e nos transformámos, tem-se
esforçado denodadamente para mostrar que os desejos dos chefes são ordens e o
resultado é o que bem sabemos, sentimos. Nos últimos tempos até se ouvem,
baixinho é certo, algumas críticas mas nada de contestar seriamente os
entendimentos da Troika que nos empobreceram.
Como já disse, também a soberania
entrou em mobilidade especial, terá algum tempo para ser requalificada e,
finalmente, será despedida pois, como se lembram, a Senhora Merkel afirmou em
tempos que os países do euro devem estar preparados para ceder soberania pois
"Temos de estar preparados para aceitar que a Europa (o diktat alemão) tem
a palavra final em certas áreas". Com certeza Chefe, disponha. Os gregos
estão armados em "crianças", em "radicais" e querem ter uma
palavra a dizer sobre ... a Grécia, onde
já se viu, são tontos. Estão, evidentemente, condenados ao insucesso, Merkel
escreve o script e será feita a sua vontade.
Miguel Beleza tem razão quando
afirmou há tempos que a soberania é uma treta. Também é verdade que a feitoria
é uma tragédia.
E a gente aguenta?
Fernando Ulrich deve continuar a
entender que sim.
E nós?
Até quando?
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