Estes indicadores poderão ser inesperados mas, do meu ponto de vista, não
o são.
Em primeiro lugar importa recordar que só em 1972 a Associação Americana
de Psiquiatria retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais que serve
de referência mundial e que, ultimamente tem sido particularmente contestada.
Também só nos anos 80 a Organização Mundial de Saúde deixou de considerar a
homossexualidade uma doença.
Neste contexto e como também está estudado, em muitas matérias que
envolvem a vida das pessoas, quando o conhecimento disponível entra em conflito
com valores, representações ou preconceitos é comum que estes se sobreponham
resolvendo, assim, a dissonância instalada. A questão da adopção de crianças
por parte de casais homossexuais é também um exemplo elucidativo.
Assim, valores, representações ou preconceitos são
"transformados" e passados como conhecimento.
Se considerarmos que este fenómeno se passa com pessoal dos serviços de
saúde, a situação pode ter efeitos sérios nas pessoas atendidas pois, valores,
representações e preconceitos poderão passar a ser "ciência" uma vez
que são defendidas, por exemplo, por médicos e, caso mais complicado, médicos
especialistas na saúde mental que, frequentemente, lidam com pessoas em
situação de vulnerabilidade.
Este cenário, complexo deve dizer-se, mostra o que está por fazer em
matéria de educação em termos gerais e de formação específica na área da saúde.
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