sábado, 20 de setembro de 2014

O ESTADO DA EDUCAÇÃO

O Conselho Nacional de Educação disponibilizou o seu Relatório Estado da Educação 2013”.
O volume de informação e a diversidade das dimensões analisadas não permitem uma análise neste espaço pelo que se recomenda vivamente a leitura do Relatório.
Numa nota telegráfica parece-me de sublinhar alguns dados preocupantes relativos ao abaixamento recente das taxas reais de escolarização no ensino básico ligado ao aumento das retenções, os incidentes do processo de encerramento de escolas, a taxa de abandono precoce que apesar de continuar a baixar ainda se encontra longe das metas estabelecidas para 2020, os cortes de docentes sem correspondência real com as oscilações da demografia escolar, a área da educação especial com problemas sérios nos recursos disponíveis e na forma como são definidas e consideradas as reais necessidades dos alunos, os custos da educação pré-escolar, a forma como algumas escolas “gerem” as notas atribuídas para tornar mais “simpáticas” as notas em exames e o acesso à universidade que, urgentemente, deveria constituir um processo separado, etc.
O Relatório do CNE deveria ser uma ferramenta central na definição das políticas educativas em Portugal.
No entanto, a história recente, em alguns aspectos associada com clareza a alguns dos problemas considerados pelo CNE, e a reconhecida incapacidade e recusa do Ministro Nuno Crato em considerar algo que não seja a sua visão e agenda relativa à educação e ensino públicos, não autorizam a expectativa de que este Relatório do CNE seja objecto de profunda análise na 5 de Outubro e retiradas as devidas consequências.
Eventualmente teremos um patético pedido de desculpas.

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