"Directores e professores relatam "situações inexplicáveis" que "apontam para erros" na colocação de professores"
"Depois das colocações ainda há 3435 horários de professores por preencher nas escolas"
Ainda existem nas escolas 3435 horários de professor por preencher, um número insignificante.
Existem processos cheios de sobressaltos, inacabados, relativos à contratação e colocação de docentes, inquinados por critérios e decisões que dificilmente se compreendem.
Os directores, os professores e os pais expressam a sua preocupação com o arranque do ano lectivo.
Ainda falta imenso tempo para o início das aulas que apenas começarão bastante lá mais para frente, entre 11 e 15 de Setembro.
É também irrelevante os
professores terem algum conhecimento prévio sobre a escola e os grupos de alunos com quem
vão trabalhar. Na perspectiva do MEC, cada vez mais clara, o professor é um "entregador de conteúdos", não
interessa conhecer a quem, nem como. No final fazem-se os exames e quem aprendeu, aprendeu e quem não aprendeu,
aprendesse ... e vai para as vias vocacionais ou profissionais. Neste sentido os professores
podem chegar às escolas na véspera das aulas ou mesmo depois, não tem problema
nenhum, está tudo certo.
Neste cenário não consigo entender a preocupação que alguns expressam. Como diria uma conhecida figura
da nossa praça, "Qual é a pressa? Sim qual é a pressa?"
Na verdade, a repetição anual
desta situação sob a responsabilidade de uma equipa que pauta o seu discurso
por referências constantes ao rigor, à qualidade, à exigência seria uma anedota
se não representasse um patamar de incompetência e desrespeito pelos
professores e pelos seu trabalho que não conhece limites.
É evidente que o MEC, numa já
pouco saudável relação com a realidade virá, pela enésima vez afirmar que tudo
está a correr dentro da normalidade.
No entanto, como há dias
afirmava, começo a pensar que Nuno Crato terá mesmo razão e muitos de nós
estaremos enganados, a incompetência, o desrespeito, a demagogia passaram
a ser a normalidade, portanto, está tudo bem.
Sem retorno.
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