terça-feira, 9 de setembro de 2014

EDUCAÇÃO EM PORTUGAL VISTA DA OCDE

O habitual Relatório Anual da OCDE relativo à educação foi hoje divulgado, “Education at a Glance 2014”
O Relatório, apesar de estar em linha com os dos últimos anos, merece uma leitura atenta e uma reflexão pouco compatível com este espaço.
No entanto, algumas notas telegráficas de alguma leitura rápida ainda por aqui nos Açores.
Verifica-se um abaixamento do investimento no sistema de ensino público sendo bastante mais evidente no 1º e 2º ciclo e no ensino superior, (1º e 2º ciclo, 4660 € por aluno/ano € vs 6213 € em média na OCDE e 7764 € vs 10876 € em média na OCDE no ensino superior) o que contraria a tese crática de que não desce o investimento em educação, designadamente no ensino superior. Acresce ainda que é um dos países em que as famílias realizam mais esforço para apoiar a frequência de ensino superior.
Aumenta o número de jovens entre os 15 e os 29, 17%, bem superior à média da OCDE que não estudam nem trabalham o que é uma ameaça catastrófica sobre o seu futuro.
Portugal continua com um nível preocupantemente baixo de pessoas com qualificação abaixo do secundário e, apesar dos progressos, também no ensino superior o que contraria a imagem criada de um “país de doutores”.
Apesar do elevado nível de desemprego entre os licenciados, Portugal continua a ser um dos países em que a qualificação mais compensa ao nível da empregabilidade e estatuto salarial quando comparado com jovens sem o mesmo nível de qualificação. Este cenário desaconselha vivamente o discurso errado e recorrente “estudar para quê?” que, do meu ponto de vista, para além das dificuldades económicas das famílias estará associado a um abaixamento da procura na frequência do ensino superior.
Existe uma referência que alimentará alguns equívocos, Portugal apresenta um rácio de 1/10 entre professores e alunos que alimentará a tese dos “professores a mais” tão cara ao MEC e a algumas vozes com agenda própria mas importa, por exemplo, conhecer a dimensão e características de turmas das escolas com mais dificuldades.
Provavelmente voltaremos a mais alguns aspectos do Relatório.

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