Um estudo agora divulgado, realizado pela Universidade
de Coimbra, mostra o impacto significativo no abaixamento do insucesso e
absentismo escolar do recurso a um professor-tutor que acompanhe diferenciadamente
os alunos, sobretudo os que experimentam mais dificuldades.
É importante que os estudos sublinhem a eficácia de
programas de apoio educativo desta natureza, aliás, reconhecida e comprovada de
há muito.
Só que este tipo de programas que claramente
trazem vantagens esbarra num obstáculo significativo, precisa de professores.
Acontece que o MEC entende que a educação se deve fazer em modo MPP – o Mínimo
de Professores Possível, custe o que custar.
Numa altura em que estamos a assistir ao risco de
desemprego de milhares de professores que estão no sistema, nem sequer estou a
falar de novos professores e conhecendo os territórios educativos do nosso
país, julgo que faria sentido que os recursos que já estão no sistema fossem
aproveitados em trabalho de parceria pedagógica, que se permitisse a existência
em escolas mais problemáticas de menos alunos por turma ou ainda que se
utilizassem em dispositivos de apoio a alunos em dificuldades como os programas
de tutoria referidos.
Os estudos e as boas práticas mostram que a
presença de dois professores na sala de aula, bem como a mobilização de dispositivos
diferenciados de apoio são um excelente contributo para o sucesso na
aprendizagem e para a minimização de problemas de comportamento a que acresce o
reconhecido efeito positivo da ajuda precoce às dificuldades dos alunos.
Sendo justamente estes os dois problemas que mais
afectam os nossos alunos, talvez o investimento resultante do custo do trabalho
dos docentes nos diferentes programas de apoio, compense os custos posteriores
com o insucesso, as medidas remediativas ou, no fim da linha, a exclusão, com
todas as consequências conhecidas.
É só fazer contas. E nisso o Ministro Nuno Crato
é especialista.
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