Como já se sabia candidataram-se menos alunos ao
ensino superior. Dos candidatos, 93% ficaram colocados, o que é bom, sendo que
subiu a percentagem dos alunos colocados na sua primeira opção, 60%, o que
também é positivo.
Como já tenho referido, parece-me verdadeiramente
preocupante o abaixamento do número de
alunos que se candidata ao ensino superior e que não decorre apenas das variações
demográficas ou mesmo das graves dificuldades económicas das famílias.
Recordo que dados MEC mostravam que segundo dados
disponibilizados pelo MEC, entre 2010/2011 e 2011/2012 o número de novos
inscritos no ensino superior diminuiu 5% bem como a população global deste
nível de ensino, 3,2%. Este dado não é unicamente explicado pela variação
demográfica nem pela crise económica embora sejam, naturalmente factores com
impacto fortíssimo.
No entanto, para além da analise do impacto real
da variável demografia o que me parece verdadeiramente significativo é que dos
cerca de 160 000 alunos inscritos nos exames da primeira fase, apenas 57%
manifestavam intenção de frequentar o ensino superior e destes, apenas 44%
procederam a matrícula. Este indicador, num país com carências severas de gente
qualificada é alarmante.
Uma pequena nota para os alunos que ficaram
colocados e começarão dentro de dias a vida académica numa realidade bem
diferente da que conheceram até aqui.
Uma das questões que mais se colocarão será a da
sua empregabilidade no futuro. Creio que a sua empregabilidade começa a
construir-se agora.
Gostava de chamar a atenção para que mesmo em
áreas de mais baixa empregabilidade, ou assim entendida, continuo a acreditar
que, apesar dos maus exemplos que todos conhecemos, a competência e a qualidade
da formação e preparação para o desempenho profissional, são a melhor
ferramenta para entrar nesse "longínquo" mercado de trabalho.
Dito de outra maneira, maus profissionais terão
sempre mais dificuldades, esteja o mercado mais aberto ou mais fechado.
Assim sendo, importa que o investimento, a
preocupação com a aprendizagem e a aquisição de saberes e competências possam
ser uma preocupação que pode, e deve, coexistir com o desenvolvimento de uma
vida académica socialmente rica, divertida e fonte de bem-estar e satisfação. É desejável resistir à tentação do
facilitismo, do passar não importa como, da fraude académica, da competição
desenfreada que inibem partilha, cooperação e apoio para momentos menos bons.
O futuro vai começar dentro de momentos.
Boa sorte e boa viagem para todos os que vão
iniciar agora esta fase fundamental nas suas vidas.
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