domingo, 8 de setembro de 2013

BOA VIAGEM NO ENSINO SUPERIOR

Como já se sabia candidataram-se menos alunos ao ensino superior. Dos candidatos, 93% ficaram colocados, o que é bom, sendo que subiu a percentagem dos alunos colocados na sua primeira opção, 60%, o que também é positivo.
Como já tenho referido, parece-me verdadeiramente preocupante o abaixamento do número de alunos que se candidata ao ensino superior e que não decorre apenas das variações demográficas ou mesmo das graves dificuldades económicas das famílias.
Recordo que dados MEC mostravam que segundo dados disponibilizados pelo MEC, entre 2010/2011 e 2011/2012 o número de novos inscritos no ensino superior diminuiu 5% bem como a população global deste nível de ensino, 3,2%. Este dado não é unicamente explicado pela variação demográfica nem pela crise económica embora sejam, naturalmente factores com impacto fortíssimo.
No entanto, para além da analise do impacto real da variável demografia o que me parece verdadeiramente significativo é que dos cerca de 160 000 alunos inscritos nos exames da primeira fase, apenas 57% manifestavam intenção de frequentar o ensino superior e destes, apenas 44% procederam a matrícula. Este indicador, num país com carências severas de gente qualificada é alarmante.
Uma pequena nota para os alunos que ficaram colocados e começarão dentro de dias a vida académica numa realidade bem diferente da que conheceram até aqui.
Uma das questões que mais se colocarão será a da sua empregabilidade no futuro. Creio que a sua empregabilidade começa a construir-se agora.
Gostava de chamar a atenção para que mesmo em áreas de mais baixa empregabilidade, ou assim entendida, continuo a acreditar que, apesar dos maus exemplos que todos conhecemos, a competência e a qualidade da formação e preparação para o desempenho profissional, são a melhor ferramenta para entrar nesse "longínquo" mercado de trabalho.
Dito de outra maneira, maus profissionais terão sempre mais dificuldades, esteja o mercado mais aberto ou mais fechado.
Assim sendo, importa que o investimento, a preocupação com a aprendizagem e a aquisição de saberes e competências possam ser uma preocupação que pode, e deve, coexistir com o desenvolvimento de uma vida académica socialmente rica, divertida e fonte de bem-estar e  satisfação. É desejável resistir à tentação do facilitismo, do passar não importa como, da fraude académica, da competição desenfreada que inibem partilha, cooperação e apoio para momentos menos bons.
O futuro vai começar dentro de momentos.
Boa sorte e boa viagem para todos os que vão iniciar agora esta fase fundamental nas suas vidas.

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