O Público apresenta hoje com texto de Paulo Moura
um impressionante e perturbador trabalho sobre a pobreza, “a ilha de onde
ninguém sai” como lhe chama.
A pobreza e a exclusão deveriam envergonhar-nos a
todos, a começar por quem lidera, representam o maior falhanço das sociedades
actuais.
Afirmo com frequência que uma das consequências
menos quantificável das dificuldades económicas, sobretudo do desemprego, em
particular o de longa duração e de situações em que o tempo obriga a perder o
subsídio, é o roubo da dignidade às pessoas envolvidas.
Também sabemos que se verifica oportunismo e
fraude no acesso aos apoios sociais, mas a esmagadora maioria das pessoas
sentem a sua dignidade ameaçada quando está em causa a sobrevivência a que só
se acede pela “mão estendida” que envergonha, justamente por uma questão de
dignidade roubada.
A questão da pobreza é um terreno que se presta a
discursos fáceis de natureza populista e ou demagógica, sem dúvida. Mas também
não tenho dúvidas de que os problemas gravíssimos de pobreza que perto de três
milhões de portugueses conhecem, exigem uma recentração de prioridades e
políticas que não se vislumbra. Na verdade, apesar da retórica oficial de que
existe justiça social nas medidas de austeridade, o que é verdadeiramente
insustentável é que as políticas assumidas, por escolha de quem decide, por cá e
noutras paragens, estão a aumentar as assimetrias sociais, a produzir mais
exclusão e pobreza.
Mais preocupante é a insensibilidade da
persistência neste caminho.
1 comentário:
Ainda ninguém percebeu que esta forma de governar não é inocente nem tão-pouco incompetência ?! É bem lúcida e propositada.
Quem governa desta maneira é indiscutívelmente mandatário do grande capital Nacional e Estrangeiro.
O objectivo é fazer desaparecer as classes intermédias que são as mais incómodas quando fortes. O que já está a suceder.As classes médias estão já agonizantes. Muitos já sem rendimentos suficientes para pagar a casa, alimentação e educação aos seus filhos.
O objectivo dos donos do dinheiro é instaurar apenas duas classes: Pobres e ricos.
Pobres e assim fácilmente manobráveis e agenciados e os ricos tirando proveito das suas fragilidades.
É a escola do famigerado Estado Novo.
E estão paulatinamente a alcançar o seu objectivo.
VIVA!
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