No decurso da campanha para as eleições de
Domingo na Alemanha tem sido notícia o envolvimento de um partido, Die Partei,
que se assume como um partido sem programa, sem conteúdo.
Lê-se no Público que Martin Sonneborn, o líder do
Die Partei afirma ”Nós preferimos trabalhar sem conteúdo, ser populistas, e
tornarmo-nos simpáticos aos olhos dos eleitores” e “…temos como todos os
partidos, sede de poder - e queremos chegar lá através de métodos
satíricos."
Estava a ler esta peça e comecei a pensar na
campanha em curso em Portugal para as eleições autárquicas.
Uma viagem pelos discursos e promessas de boa
parte dos candidatos em campanha por cá, leva-me a crer que o Die Partei, o partido sem conteúdo,
poderia ser colocado em tribunal por plágio e teria fortíssimas possibilidades
de ser condenado.
Na verdade, muitos dos discursos que ouvimos, não
são um programa, não têm conteúdos, são populistas e são cómicos, ou melhor trágico-cómicos.
A questão mais complicada e que faz diferença por
assim dizer, é que o Dia Partei assume essa natureza “satírica”, seja lá isso o
que for, enquanto a rapaziada por cá assume os seus discursos como sérios e,
além disso, pretende que os levemos a sério.
E não é que muitos de nós os levamos mesmo a
sério.
O mundo anda estranho.
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