Passos Coelho, num acesso de voluntarismo, aconselha, em visita à Bolsa de Turismo de Lisboa, que os portugueses façam boa gestão dos seus recursos para que possam ir de férias.
Evidentemente que naquele contexto, um evento ligado ao turismo, não é estranho o enunciado e a referência a férias e a turismo, afinal, uma área de actividade que pode criar riqueza para o país.
A minha questão e algum embaraço, prende-se com a referência à necessidade de boa gestão e da poupança e do cuidado que os portugueses precisam de ter.
Começo a estar cansado de ouvir esta abordagem moralista no quadro das políticas de austeridade que tornam muito difícil a vida de milhões de portugueses como, aliás, afirmava, Pacheco Pereira em artigo recente na Sábado.
As políticas de austeridade, “custe o que custar”, têm criado dificuldades muito significativas, 2,7 milhões de portugueses, em risco de pobreza, 14,8 % de desemprego, 35 % de desemprego jovem e o Primeiro-ministro e outros responsáveis políticos ainda nos servem conselhos de gestão do cada vez menos que temos, recomendações de poupança, da necessidade sermos bem comportados, resignados e … felizes.
Dispenso lições desta natureza.
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