Ao que parece a proposta pretende evitar que quem chegue a Lisboa tenha de viajar num chaço a cair de podre e conduzido por um “motorista que não deve ter mangas à cava, chinelos de dedo e calções que deixam as pernas à mostra", nas palavras do Presidente da Federação pois, continua, “há um grupo de pessoas forte que domina aquilo e dá uma má imagem do sector”.
A proposta parece-me absolutamente discutível e, acho mesmo, atentatória dos direitos individuais. O meu amigo taxista, o Tóquim, não vai gostar, ele adora andar a conduzir os turistas com a sua camisolinha do glorioso e no verão as havaianas e calções dão muito jeito pois, como se sabe, Lisboa é uma cidade quente. Já o estou a ver com o palito ao canto da boca a mandar vir com os tótós que estão sempre a pensar como é que “lixam quem trabalha”.
É certo que os turistas poderão a bordo de carros modernos, com ar condicionado e conduzidos pelo Ambrósio, com farda e tudo, conhecer, por exemplo, as esburacadas ruas de Lisboa, passar pela vergonhosa Ribeira das Naus, apreciar a sujeira e a degradação de muitos dos edifícios de Lisboa. Podem ainda usufruir do cheirinho a humanidade que, por exemplo, o Bairro Alto exala nas noites de “movida”, enfim, verão a cidade de Lisboa no seu melhor.
Felizmente que o grande problema é mesmo a apresentação da malta dos táxis.
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