Estava a fazer a exibição da sua vida. Três golos, qual deles o mais espectacular. O segundo então, nem Cristiano Ronaldo, nem Messi, fintar meia equipa adversária, simular um remate em força e deitar o guarda-redes dos outros, o Zé Pedro, para depois, com toda a calma, meter a bola na baliza com um toque suave. Perfeito, digno de um futuro craque como ele tinha a certeza que um dia iria ser. Para isso treinava todo o tempo que tinha.
Mesmo quando não estava nos treinos, sempre que tinha oportunidade, lá estava ele com a sua bola a aperfeiçoar a técnica com toques e mais toques, era um habilidoso.
Mas este jogo estava a ser o melhor que alguma vez tinha feito lá na escola, tudo lhe saía bem, as fintas, os passes, os remates, enfim, o jogo perfeito.
Em mais uma jogada digna do seu génio, já com dois adversários para trás com dois toques de verdadeiro artista, preparava-se para ficar isolado e marcar mais um golo, o quarto, quando sentiu uma mão no ombro.
Que se passa Bernardo? Estás há dez minutos a olhar pela janela e não acabas o trabalho, estamos quase no fim da aula. Estás sempre distraído.
Os professores são uns desmancha-prazeres e ainda por cima, quase sempre, não gostam de futebol. A Setôra Isabel estragou o jogo perfeito.
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