O Secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, abandonou as suas funções por razões de ordem pessoal e familiar. Certo, está nos manuais da acção política actual que esta deve ser a fórmula usada para justificar … tudo.
Claro que em nome da transparência, da saúde da democracia que tão em baixo anda, da ética na acção cívica poderia ser interessante saber quais os verdadeiros motivos das alterações.
No caso do Secretário de Estado da Energia, era conhecida publicamente a intenção de alterar os subsídios pagos à indústria eléctrica, nomeadamente às empresas de energia eólica sendo a EDP particularmente afectada. Também é conhecido que Henrique Gomes criticava o que considerava serem as “rendas excessivas” pagas às empresas, especialmente à EDP e planeava, ao que se sabe, a renegociação de um terço dos subsídios e tarifas fixas a pagar este ano, o equivalente a cerca de 600 milhões de euros.
Este cenário permite, sem grande margem de erro identificar as razões pessoais e familiares que motivam o seu abandono.
A situação não é nova e, provavelmente, não será a última com estes contornos. O que embaraça é que tudo isto continue a acontecer sem qualquer espécie de sobressalto no Portugal dos Pequeninos.
Devo também confessar que me incomoda o facto de acharem que nós não merecemos informação transparente e séria sobre o que a todos nos diz respeito, o nosso papel é ignorar e pagar, custe o que custar. Por razões pessoais, irrita-me, estou cansado, e familiares, fico aflito para ajudar os miúdos da família a construir valores ajustados, exijo que as coisas sejam diferentes.
2 comentários:
Quando interesses maiores se levantam, parte sempre a parte mais fraca. Portugal dos pequeninos...
Abraço
Nuno Pinto
Para não variar. Um abraço
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