Era uma vez uma escola, uma escola das muitas que existiam naquela terra onde acontecem coisas, públicas como lhes chamam.
Um dia, durante as aulas da manhã uma professora mais atenta aos comportamentos dos miúdos, vislumbrou que um deles, um rapaz chamado Adão, procurava esconder-se encoberto pelo colega da frente e fazia algo que ela não percebeu imediatamente do que se tratava.
Professora experiente, reposicionou-se na aula e verificou que o Adão comia, isso mesmo, o Adão comia uma maçã com o cuidado possível para não ser visto, estava na sala de aula e não num qualquer jardim.
Como é sabido, a sala de aula não é espaço para alimentar o estômago, é mais para alimentar o saber, o espírito. A professora apreciadora do cumprimento das regras convidou, por assim dizer, o Adão a sair da sala para terminar a sua refeição fora da aula.
Obediente, o Adão saiu cabisbaixo ainda com metade da maçã na mão.
Quando a professora se preparava para retomar o bom andamento dos trabalhos, uma das miúdas da turma, a Eva, afirmou, "Setôra, fui eu que dei a mação ao Adão, ele disse-me que ainda não tinha comido nada hoje. E eu acredito nele".
Eu também. E também acredito na professora que me contou a história.
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