sexta-feira, 16 de março de 2012

NÃO E NÃO. Outro diálogo improvável

Pai, empresta-me o teu computador.
Ora Gonçalo, está fora de questão, tens o teu.
Pai o teu é mais rápido para este jogo.
Já te disse que o meu computador não é para os teus jogos.
Pai só hoje, que este jogo é mais fixe jogado num computador mais rápido.
Gonçalo, não sejas teimoso, já te disse que não usas o meu pc.
Pai, porque é que não me emprestas o computador, eu não estrago.
Gonçalo, não é porque estragues o computador, sei que não estragas. Não empresto porque tu tens o teu e deves utilizar as tuas coisas.
Pai, mas podias emprestar, em vez de seres um pai chato.
Não sou um pai chato, sou um pai que gosta das coisas feitas como devem ser.
Sim, mas o pai do Tiago também lhe empresta o computador  e ele fica contente com o pai.
Acho graça dizeres que eu sou um pai chato e tu é que não te calas para te emprestar o computador.
É verdade, se não fosses um pai chato emprestavas-mo.
Só para te mostra que não sou um pai chato, podes usar o computador, vai buscá-lo, toma cuidado e jogas só até à hora de jantar. E é só hoje, está bem claro?
Fixe pai, afinal és um pai fixe.
Eu também acho que sou, Gonçalo. 

Enquanto ligava o computador do pai, o Gonçalo pensava que desta vez lhe tinha dado mais algum trabalho mudar o "não e não" para sim.
Os pais estão a ficar mais difíceis.

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