Posso compreender a dificuldade
de resposta próxima problemas de maior gravidade e menor prevalência mas não
posso aceitar que o direito à educação seja assegurado com este custo para a
criança apesar da escola suportar a despesa de deslocação com o recuso a um
táxi.
Não vale a pena referir o impacto
desta jornada na vida do Diogo que tem sete anos.
Este tipo de situações ilustra uma
das consequências da criação de respostas que levam ao acantonamento de
crianças com problemas semelhantes no mesmo espaço educativo. Claro que a
medida, como sempre, é realizada em nome da inclusão.
Sim, eu sei que fazer chegar à
criança um professor especializado e os recursos necessários terão custos elevados mas também sei que os direitos têm custos.
Desculpem a pontinha de demagogia mas parece-me mais aceitável que os meus
impostos se apliquem no direito à educação em condições de qualidade e não
discriminação do Diogo do que em salvar o dinheiro dos grandes depositantes e accionistas do
Banif, ou do BPN, ou do …
Nada de novo, na verdade, as crianças com
necessidades educativas especiais, as suas famílias e os professores e
técnicos, especializados ou do ensino regular conhecem, sobretudo sentem, um
conjunto enorme de dificuldades para, no fundo, garantir não mais do que algo
básico e garantido constitucionalmente, o direito à educação e, tanto quanto
possível, junto das crianças da mesma faixa etária. É assim que as comunidades
estão organizadas, não representa nada de extraordinário e muito menos um
privilégio.
Como é evidente, em situações de
dificuldade económica, as minorias, são sempre mais vulneráveis, falta-lhes
voz.
Como sempre afirmo, os níveis de
desenvolvimento das comunidades também se aferem pela forma como cuidam das
minorias.
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