Gostei de ler que o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior criou um Grupo de Trabalho para reflectir sobre a Direcção e os princípios orientadores da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
É também de registar que este grupo de trabalho é alargado incluindo elementos da comunidade científica das ciências sociais.
É uma boa notícia depois do inverno crático que se abateu sobre a investigação científica que incluiu uma avaliação encomendada pela FCT à European Science Foundation que desmantelou ou deixou em estado caótico boa parte do sistema de investigação português. Esse processo com contornos insustentáveis que ainda não terminou pois correm recursos e processos judiciais, foi particularmente devastador para as ciências sociais, uma área que não produz "produtos, marcas ou serviços" o papel da investigação segundo Pires de Lima. O que assim não seja é desperdício que deve ser combatido. E foi.
Esperemos que do grupo de trabalho surjam orientações que devolvam transparência, equílibrio e competência à intervenção da FCT bem como, dentro das condicionantes reconhecidas, um reinvestimento em investigação e no ensino superior.
Na verdade, está estudada e reconhecida de há muito a associação fortíssima entre o investimento em educação e investigação e o desenvolvimento das comunidades, seja por via directa, qualificação e produção de conhecimento, seja por via indirecta, condições económicas, qualidade de vida e condições de saúde, por exemplo .
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