A política de encerramento de
escolas assentou num princípio necessário de reorganização de uma rede já
desadequada por ineficiente e onerosa.
No entanto, considerando os
impactos que o encerramento dos equipamentos sociais têm na desertificação do
país e nas assimetrias de desenvolvimento, a decisão de encerrar escolas não
deveria ter sido ser vista exclusivamente do ponto de vista administrativo e
económico, não podendo assentar em critérios cegos e generalizados, esquecendo
particularidades contextuais e, sobretudo, não servir como tudo parece servir
em educação, para o jogo político, local ou nacional.
Por outro lado, este movimento de reorganização da rede escolar e fechamento de escolas, de
construção dos centros escolares e da constituição de mega-agrupamentos, criou situações em que as dimensões e características são fortemente comprometedoras da qualidade com riscos e consequências já conhecidas, os mega-agrupamentos produzem mega-problemas.
De há muito que se sabe que um
dos factores mais contributivos para o insucesso, absentismo e problemas de
disciplina escolar é o efectivo de escola. Não é certamente por acaso, ou por
desperdício de recursos, que os melhores sistemas educativos, lá vem a
Finlândia outra vez, e agora os Estados Unidos ou o Reino Unido procurando a requalificação
da sua educação, optam por estabelecimentos educativos que não ultrapassam a
dimensão média de 500 alunos. Sabe-se, insisto, de há muito, que o efectivo de
escola está mais associado aos problemas que o efectivo de turma, ou seja,
simplificando, é pior ter escolas muito grandes que turmas muito grandes,
dentro, obviamente dos limites razoáveis. É certo que o ME faz o pleno, aumenta
o número de alunos por escola e o número de alunos por turma. Como habitual o
Ministério foi citando ou ignorando estudos, experiências e especialistas, nacionais
ou internacionais, conforme a agenda que lhe fosse favorável. A contabilidade,
cortes em professores e funcionários, tem falado mais alto que a qualidade.
As escolas muito grandes, com a
presença de alunos com idades muito díspares, são autênticos barris de pólvora
e contextos educativos que dificilmente promoverão sucesso e qualidade apesar
do esforço de professores, alunos, pais e funcionários. Recorrentes episódios e
relatos de professores sustentam esta afirmação.
Por outro lado, a experiência já
conhecida mostra casos de distâncias grandes entre a residência dos miúdos e os
centros escolares, levando que devido à difícil gestão dos transportes
escolares, os miúdos passem tempos sem fim nos centros escolares, experiência
que não é fácil, sobretudo para os miúdos mais pequenos.
Em síntese, parece-me razoável
que algumas escolas, sobretudo do 1º ciclo, tenham sido encerradas mas o
recurso critérios burocratizados e administrativos, como a análise simples do
número de alunos, levou a situações de sério compromisso da qualidade da
educação e mesmo da qualidade vida de muitos alunos.
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https://oduilio.wordpress.com/2015/12/22/a-introducao-do-ingles-no-4-o-ano-em-2016-2/#respond
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