terça-feira, 8 de dezembro de 2015

DO ESPÍRITO NATALÍCIO

Por aqui de volta dos meus pensamentos, trabalho e leituras percebi pela imprensa que este Natal vai ser o “melhor Natal” desde o início da crise.
A leitura elucidou-me, de acordo com as pessoas e instituições do sector, esperam-se mais gastos em compras e em viagens do que nos últimos anos. Percebi melhor o critério para um “bom Natal”. Quando agora desejar a alguém um bom Natal tal quererá dizer, mais umas compras ou uma viagem, de preferência ambas as coisas, seria o Natal perfeito.
Começamos, pois, a ser bombardeados com o “espírito natalício” e todas as estratégias comunicacionais são boas para induzir a comprinha ou um qualquer gasto que o “espírito natalício” possa sugerir e nos faça felizes.
Este vai ser “o melhor Natal” dos últimos anos. Não para uma pequena minoria que sempre teve um Bom Natal mas para a maioria de nós vai ser o “melhor Natal” dos últimos anos. Alegremo-nos gente.
É extraordinário como os modelos de desenvolvimento e os sistemas de valores associados nos transformam a vida numa luta pela sobrevivência e, simultaneamente, numa luta por parecermos gente a quem não falta nada. Vamos ter o “melhor Natal” dos últimos anos. Que mais poderemos querer.
Sim, eu sei, isto é uma conversa um bocado de estranha, mas fico sempre assim quando começa o espírito natalício.

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