Por aqui de volta dos meus
pensamentos, trabalho e leituras percebi pela imprensa que este Natal vai ser o “melhor Natal” desde o início da crise.
A leitura elucidou-me, de acordo com
as pessoas e instituições do sector, esperam-se mais gastos em compras e em
viagens do que nos últimos anos. Percebi melhor o critério para um “bom Natal”.
Quando agora desejar a alguém um bom Natal tal quererá dizer, mais umas compras
ou uma viagem, de preferência ambas as coisas, seria o Natal perfeito.
Começamos, pois, a ser
bombardeados com o “espírito natalício” e todas as estratégias comunicacionais
são boas para induzir a comprinha ou um qualquer gasto que o “espírito
natalício” possa sugerir e nos faça felizes.
Este vai ser “o melhor Natal” dos
últimos anos. Não para uma pequena minoria que sempre teve um Bom Natal mas para
a maioria de nós vai ser o “melhor Natal” dos últimos anos. Alegremo-nos gente.
É extraordinário como os modelos
de desenvolvimento e os sistemas de valores associados nos transformam a vida
numa luta pela sobrevivência e, simultaneamente, numa luta por parecermos gente
a quem não falta nada. Vamos ter o “melhor Natal” dos últimos anos. Que mais
poderemos querer.
Sim, eu sei, isto é uma conversa
um bocado de estranha, mas fico sempre assim quando começa o espírito
natalício.
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