A tragédia da morte de uma pessoa
no Hospital de S. José nas circunstâncias conhecidas é apenas a ponta dramática e
mediatizada do iceberg constituído pelos problemas que a generalidade dos utentes e funcionários
do SNS sentem e reconhecem existir.
Sempre recordo Michael Marmot,
reconhecido especialista em saúde pública, que há algum tempo esteve em
Portugal e afirmou que todas as políticas podem, ou devem, ser avaliadas pelos
seus impactos na área da saúde. Eu diria que também podem, ou devem, ser
considerados os impactos em áreas como educação, apoios sociais ou justiça,
áreas que, tal como a saúde são cruciais para a vida das pessoas, sobretudo das
mais vulneráveis.
Talvez a ideia da austeridade
“cega”, do "custe o que custar" fosse de repensar e assumir que se
foi longe de mais.
A ideia mil vezes repetida para que se tornasse uma verdade,
TINA – There Is No Alternative, é falsa. Tratou-se, evidentemente, de uma opção
política por obediência a um diktat que a ânsia de obediência da pequenez dos “bons
alunos” ampliou até ao intolerável e com consequências devastadoras.
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