segunda-feira, 1 de abril de 2013

A NORMALIDADE DAS CHEIAS

Nestes dias cabaneiros fruto de um Inverno carregado de água que trouxe de novo as cheias ao Ribatejo e a outros locais, deu para assistir à esforçada acção dos repórteres televisivos na cobertura das inundações nos locais do costume.
Como é evidente, as situações climáticas mais extremas causam sempre danos e, por vezes, tragédias, mas muitas pessoas sabem que, tal como os frios que trazem neve e geadas são imprescindíveis para garantir boas produções e qualidade na natureza nos meses de Primavera e Verão, as pessoas que vivem no Ribatejo, por exemplo, sabem como as cheias no Tejo são importantes para a qualidade dos solos e sempre conviveram naturalmente com a subida do Tejo, a cheia normal, por assim dizer. Os jornalistas bem se empenham para que as pessoas demonstrem outra atitude perante a "cheia" e os grandes "inconvenientes" causados, mas as pessoas respondem quase sempre que embora surjam alguns inconvenientes as cheias são fenómenos "normais" e que fazem parte da sua vida e lá se atrapalha a reportagem sobre as cheias.
No fundo, é a mesma naturalidade com que as pessoas da Guarda e de Trás-os-Montes não se queixam do frio e afirmam a sua necessidade nas mesmas patéticas reportagens que as televisões fazem logo que a temperatura baixa um pouco mais como aliás já se viram hoje. Algumas pessoas a insistirem na normalidade e habituação ao tempo frio desta época e os repórteres aflitos à espera de algo que pudesse ser notícia. Confrangedor.
Curiosamente, as reportagens são iguais quando no Verão se dirigem ao Meu Alentejo para saber se as pessoas têm calor. As pessoas, como é evidente, dizem que têm calor mas o tempo por aquelas banda é mesmo assim o que obriga os desgraçados repórteres a uma verdadeira ginástica imaginativa para ter o calor de Verão no Alentejo como motivo de reportagem. Ainda no Meu Alentejo, lembro-me de uma vez me estar a queixar da muita chuva que caía já há uns dias e o Velho Marrafa com a sabedoria do costume dizer, "não tem dúvida, se a água cair agora, vamos tê-la no Verão".
Como é óbvio, já o disse, também podem ocorrer episódios mais violentos que trazem prejuízos e danos, às vezes pessoais, o que é naturalmente grave e que exige meios e recursos de apoio.
Em todo o caso, estamos no tempo da chuva. Será que nos desabituámos de viver um Inverno?

4 comentários:

Anónimo disse...

O que eu gosto mesmo é estar aqui em Évora e ouvir as notícias do trânsito na 2ª Circular.

Na quinta feira passada fui de carro para a Avenida da liberdade e deu-me uma carga de fezes, como se diz no seu Alentejo.

Abraço
António Caroço

Zé Morgado disse...

Não goze, porque quando chegar o Verão logo por aí aparece a comunicação social a perguntar se os alentejanos não têm calor.
Hão-de ter o quê, porra? Ter calor no Inverno é que daria fezes, como se diz por aí.

não sei quem sou disse...

Eu tenho muitas fezes que o meu GLORIOSO vai ganhar, a Liga Sagres, a Taça de Portugal e a Liga Europa.

Se assim acontecer os Dragõeszitos também vai ficar com muitas fezes.

A minha provecta idade por vezes baralha-me!...

Qual o sinónimo de FEZES?!


VIVA!











Anónimo disse...

Eu do Glorioso só conhecia o Fezas Vital.

Abraço
António Caroço