terça-feira, 22 de maio de 2012

UMA HISTÓRIA COM TEMPEROS

Uma das características da gastronomia do Meu Alentejo, embora não seja um seu exclusivo, é a utilização dos temperos ou, na expressão do Sr. Manuel do Mercado, dos cheirinhos.  Aqui em casa somos fartos consumidores de cheirinhos que quando aplicados de forma ajustada e criativa, permitem que alguns pratos elaborados com produtos, por vezes pobres de sabor, resultem em peças superlativas, gourmet como agora se diz, ou, como eu prefiro, em petiscos que nos fazem agradecer à mãe natureza e ao jeito da mão humana tal dádiva.
Vem esta introdução gastronómica centrada nos temperos e na sua decisiva importância, a propósito do trabalho educativo de professores e pais. Este "a propósito" parecer-vos-á estranho, considerando que me refiro a dois universos tão diferentes, vou tentar explicar. No fim, provavelmente, continuará estranho mas ficou a ideia.
Se bem repararmos e sabendo nós que cada miúdo carrega uma história diferente pelo que nenhum é igual a qualquer outro, os bons professores e os bons pais são aqueles que para confeccionar a acção educativa escolhem e utilizam no dia a dia os temperos de modo a fazer sobressair e progredir as qualidades, as capacidades e os saberes dos miúdos e também usam os temperos ajustados para atenuar fraquezas ou fragilidades que possam comprometer o resultado final.
Quando tudo corre bem, na grande maioria das situações, temos bons resultados finais e resultam projectos de vida positivos e com potencial de realização bem sucedida.
Quando os temperos não são usados da melhor maneira assistimos ao destempero que conhecemos em muitos miúdos, em muitas famílias e em muitas salas de aula.
Lembrem-se do conselho do Sr. Manuel e da gente do Meu Alentejo. É sempre importante ter um bom ramo de cheirinhos à mão, quase de certeza o prato vai sair bem.

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