A imprensa refere hoje a preocupação da Sociedade
Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental com a situação que neste universo se
vive em Portugal.
São referidas as dificuldades de aplicação do
Plano Nacional de Saúde Mental que tendo promovido o fechamento das grandes
unidades hospitalares psiquiátricas não promoveu o que seria consensual, um princípio
de manutenção do doente mental em situação de integração social em situações
variáveis desde a unidade residencial de pequena dimensão e funcionamento
familiar com várias tipologias dirigida a problemáticas diversas, à unidade
sócio-ocupacional, até às equipas de apoio familiar. Na verdade, segundo a
SPPSM muitos doentes mentais crónicos são enviados para instituições onde não
existe o adequado acompanhamento clínico, psicológico ou social, pelo que o
Plano carece de discussão e reavaliação.
A sociedade refere ainda uma situação crescente,
a não utilização dos fármacos, imprescindíveis em muitos casos, por
dificuldades económicas dos próprios e das famílias. Este quadro não será de
estranhar, face ao que tem vindo a ser noticiados sobre os efeitos que as
dificuldades e as medidas tomadas pelo Ministério da Saúde, estão assumir no
acesso aos serviços de saúde e aos medicamentos por muitas pessoas.
Este cenário descrito pela SPPSM criará sérios
obstáculos aos processos de reabilitação e inserção comunitária acentuando ou
mantendo os fenómenos de guetização das pessoas com doença mental e respectivas
famílias.
Não estranho, os doentes mentais são os mais
desprotegidos dos doentes, pior, só os doentes mentais idosos. Os custos
familiares e sociais da guetização são enormes e as consequências são também um
indicador de desenvolvimento das comunidades.
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