A imprensa de hoje noticia que a
Câmara do Porto gastará em 3 anos cerca de 106 000 euros para assegurar um
serviço de recolha e análise da
informação divulgada que envolva a autarquia. Este serviço de recolha, também
conhecido por "clipping", é complementado por um trabalho de análise
e tratamento da informação que muitas instituições de diferentes áreas o
utilizam. Nada de novo, trata-se do mesmo serviço que o homem das
Secretas/Ongoing, Silva Carvalho, prestava a Miguel Relvas e a outras instituições tão importantes como o Ministro Relvas. Neste caso não
sabemos dos custos, mas serão certamente mais elevados.
Imagino que esta notícia
desencadeará algumas reacções mas é apenas um sinal dos tempos.
Na verdade, a época que vivemos evidencia,
entre muitíssimos outros aspectos, o papel que a imagem e, mais globalmente, a
comunicação assume em todas as áreas do nosso funcionamento e também, como é
óbvio, na acção política. Diria até que actualmente, parte importante
da acção política assenta na comunicação e na imagem. Não existe serviço ou
entidade que não tenha o seu gabinete de imagem e comunicação e respectivos
assessores.
Neste contexto, parece claro que
as instituições e as lideranças queiram assegurar-se de que a sua imagem e
mensagem atinge os objectivos e os destinatários de forma eficaz.
A questão mais importante, independentemente
do nível de custos e o seu ajustamento às dificuldades actuais, é a
fortíssima pressão, aliás recorrente, que o poder, os diferentes poderes, produzem
sobre a comunicação social, como tem sido noticiado.
Só por ingenuidade ou ignorância
se pode acreditar que quem estiver no poder resista à tentação de utilizar a seu favor tudo o que
as ciências da comunicação política têm produzido relativamente à eficácia da
mensagem.
O Dr. Rui Rio limita-se a fazer
política "by the book".
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