Do modelo de Gestão e Autonomia das escolas
aprovado em Conselho de Ministros consta, conforme tinha sido anunciado, que o
Conselho Pedagógico passa a ser constituído apenas por professores.
Quando a intenção do MEC foi anunciada pareceu-me
merecer um acolhimento positivo por parte dos professores e algumas reservas de
outros grupos, pais e alunos preocupados com o risco de enfraquecimento da
“democracia” nas escolas que tal medida poderia significar.
Como tive oportunidade afirmar, creio que a
presença, sobretudo, de alunos e pais, nos Conselhos Pedagógicos das escolas
era, alimentada, do meu ponto de vista, por um equívoco estabelecido em torno
da ideia fundadora de “gestão democrática das escolas” que sendo um bem
implicou, na verdade, alguns equívocos.
As competências genericamente inerentes aos
Conselhos Pedagógicos exigem, em muitíssimas dimensões, competências e
conhecimentos que, evidentemente, alunos e pais, não têm, nem será de esperar
ou exigir que tenham. Neste quadro, a participação destes grupos em alguns
processos de tomada de decisão eram, por assim dizer, um fingimento. Por outro
lado, em algumas matérias era solicitado e definido que pais e alunos não
participassem o que criava situações bizarras e constrangedoras ligas ao, “por
favor agora podem sair, para procedermos à discussão deste ponto da OT”. Na
qualidade de pai com assento no Conselho Pedagógico, passei por situações deste
tipo, algo que me parece pouco ajustado.
Acresce que alunos, pais e funcionários têm
assento no Conselho Geral cujas competências me parecem solicitar, de facto, a sua
participação e envolvimento face à sua comunidade educativa.
Esta posição não decorre de, ou remete para
qualquer postura corporativista mas assenta, simplesmente, no entendimento de
que gerir, com níveis desejavelmente mais autónomos, o funcionamento pedagógico
de uma escola é tarefa dos profissionais, dos profissionais que a escola, os
professores entendam melhor preparados para tal função.
No entanto, é evidente, que o seu desempenho será
tanto mais eficaz quanto mais se articule com o trabalho dos pais e com a
atenção aos alunos assente em dispositivos de cooperação e diálogo regular,
consistente e responsável.
Uma nota final para sublinhar a importância,
também na actividade de gestão pedagógica, da existência de processos de
avaliação e regulação adequados, sérios e com consequências, não
necessariamente punitivas, mas reguladoras da organização, funcionamento e
procedimentos.
2 comentários:
Não vejo melhoria, se o CP continuar a ser constituído (como actualmente sucede) por uma NOMENKLATURA de professores, escolhidos pela sua subserviência perante o director e as forças locais.
De acordo.
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