sexta-feira, 11 de maio de 2012

OS PROTESTANTES, OS QUE PROTESTAM

Apesar de há muito nos considerarmos e nos considerarem um povo de brandos costumes, sempre adoptámos com imensa facilidade discursos de protesto. Provavelmente, tal comportamento decorre de vivermos tempos que alimentam muitíssimas razões para descontentamento.
A forma espontânea e maciça como protestamos embora de forma pouco violenta, como diz o povo é só 31 de boca, pode ser comprovado assistindo a qualquer jornal televisivo. Em termos mais sociológicos poderemos até estabelecer um perfil do protestante.
É sempre aquele senhor, senhora, que se aproxima quando vê uma câmara ou um microfone e desata numa gritaria pouco perceptível. Quando interpelados pelos repórteres de serviço irrompem num discurso que tem um alvo muito bem identificado, eles ou, numa versão mais popular, os gajos. De facto, o ou a protestante lança uma série de considerações sobre o que eles decidiram, o que eles querem fazer, o que eles deviam fazer, o que eles fizeram, o que eles não fizeram, etc., que, claro, está mal, muito mal.
Não é estranho que o protestante se contradiga no protesto, a memória é curta e eles só fazem o que querem e a gente não se pode calar. É assim o protestante. Às vezes, se algum repórter mais atrevido tenta perceber algo mais sobre  natureza do protesto, pode assistir-se a alguma hesitação, como quem não percebe bem a questão, mas rapidamente o protestante recupera o andamento, diz que eles só fazem assim, que a gente tem que protestar e pronto, segue o protesto.
Como disse de início, os tempos que vivemos, são dramaticamente conducentes ao sobressalto e ao protesto. Vejamos até quando os nossos brandos costumes aguentam os destinos que nos traçam e nos vamos manifestando apenas pela voz e coreografia dos protestantes.

1 comentário:

anónimo paz disse...

Portugal é um País onde o clero finge que reza, os políticos fingem que trabalham para o bem do Povo,o patronato finge que é pobre e não pode distribuir mais pão, o povo finge que protesta e que é feliz.

O papel dos protagonistas nesta história nem chega a secundário, talvez seja mais um figurante com direito a uma deixa.

Toda esta verborreia para dizer que temos um País a fingir ou quando muito um jogo de sombras.


saudações