quinta-feira, 24 de novembro de 2011

RATING: LIXO. Que se lixem as pessoas, salvam-se os mercados

Não queria repetir-me, mas a decisão de hoje de umas das agências de rating assim obriga. Pedindo, pois, desculpa pela insistência aqui fica a reflexão sobre o papel destas agências.
Durante muito tempo as referências a lixo decorriam sobretudo dos nossos bons hábitos de cidadania ao transformar cada recanto de estrada numa lixeira e cada pedaço de jardim urbano numa mini-lixeira.
Com o tempo, as referências a lixo foram-se ligando de forma cada vez mais significativa ao discurso eco-preocupado. Passámos a entender que se deve produzir menos lixo reaproveitando o que é possível, que se deve combater e eliminar as lixeiras e que o lixo deve ser separado e reciclado a bem do desenvolvimento sustentado e sustentável que melhora a nossa qualidade de vida.
À excepção de uma parte da nossa classe política e liderança económica que tem insistido na produção de lixo e na poluição do nosso clima social e económico deixando uma pegada ética de assinalável dimensão, a coisa parecia estar a caminhar no bom sentido.
Eis senão quando emergem uns abutres sem alma que gerem um deus chamado mercado e que desatam a transformar em lixo quem muito bem entendem à luz dos seus objectivos de saque imoral e escandaloso, criando milhões de pobres, esses sim assumindo a condição de lixo.
Refiro-me a essa coisa chamada "agências de rating" que enquanto cabeças de um polvo que as alimenta e que delas se alimenta, transforma países em lixo, empresas em lixo, bancos em lixo com critérios que, frequentemente, nem os especialistas entendem mas que a alguém irão certamente servir.
Nós, portugueses, também já somos lixo, os nossos bancos são lixo, as nossas empresas são lixo, enfim, esperamos agora pela reciclagem de que os abutres ditam as regras e com a qual continuarão a sacar.
Como diz o povo, só à vassourada, mas não é só no lixo, é nos abutres que nos transformam e tratam como lixo.

3 comentários:

anónimo paz disse...

Por muitos adjectivos depreciativos e sentidos figurativos que coloquemos nas "agências de rating", elas estão a fazer o seu trabalho.
E de uma forma exemplar!!!
Tal como o açougueiro trabalhando no seu açougue.

Eles não entram em todas as casas. Apenas nas mal governadas!

Lixo e sem mais aproveitamento na reciclagem são os políticos que todos nós ajudamos a pôr no poder e que ao longo de décadas conduziram o País para o quase caos económico que estamos.

Grande parte deles delapidaram vergonhosamente (proveito próprio) o erário Público de uma forma ou de outra.
Os restantes...CONSENTIRAM!!!


saudações

Zé Morgado disse...

As agências de rating entram em todos as casas e o tabalho que fazem não tem nada a ver com bom governo, trata-se "apenas" de protegerem os interesses dos mercados que as alimentam.

anónimo paz disse...

É evidente que entram em todas as casas! Eu expressei-me mal.
Mas de forma usurária apenas nas economias consideradas instáveis e não confiáveis.

Emissões de dívida com classificação triplo A da Moody's , Standard & Poor's e Fitch, têm juros considerados acessíveis.
Ex: Alemanha, Austrália,Áustria, Canadá, Dinamarca, Filândia, Luxenburgo, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Suissa e mais alguns.

Em Setembro de 2011 a Suécia recorreu a crédito de 1 bilhão de € com juro de 0,875% a dois anos.

Quanto é que Portugal está a pagar? 7,8,9,10% ?
Porquê?!
Culpa das governações delapidantes.

Eu também não emprestaria dinheiro a quem eu soubesse que era esbanjador, vaidoso, MEGALOMANO, ladrão e vivesse da pedinchisse.

ESTOU A REFERIR-ME ÁS NOSSAS GOVERNAÇÕES,CLARO.

Se alguém tem que fazer caridade é a UNIÃO EUROPEIA e não os mercados financeiros.

ESTÃO TODOS METIDOS NO MESMO SACO?!

ÁH!!!... ISSO É PARA OUTRA CONVERSA...

saudações