terça-feira, 29 de novembro de 2011

DE RECURSO EM RECURSO ATÉ À PRESCRIÇÃO FINAL

Continua a narrativa. É azar. Parece que coube ao Dr. Isaltino servir de “prova” de que a justiça funciona no Portugal dos Pequeninos. Mas ele que não desespere. O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou mais um recurso do Dr. Isaltino. Não tem problema, hoje mesmo, diz o Público, novo recurso foi entregue no Tribunal da Relação de Lisboa, o mesmo que rejeitou o anterior. É sabido que o Sr. Dr. Isaltino tem uma condenação decidida mas que ainda não transitou em julgado, no entanto, vai continuando a sua narrativa interpondo recursos atrás de recursos levando a que o processo se desenvolva através de uma série de manobras, recursos e outros expedientes que o nosso sistema de justiça tão minuciosa e eficazmente tem desenhado para quem dele se sabe aproveitar o possa fazer em seu benefício, pode acontecer, dizem alguns, que a coisa se prolongue mais uns tempos até à prescrição final.
A titular da pasta da Justiça já tem assumido em público a despudorada utilização de manobras manhosas que mais não fazem que minar a justiça transformando-a numa espécie de administração da injustiça. Alguns titulares de cargos de responsabilidade na área da justiça também já afirmaram que a sentença decidida já deveria ter sido executada, mas calma, há sempre lugar a mais um recurso.
Tenho para mim que este caso virá a morrer por morte morrida, para usar as palavras de João Cabral de Melo Neto, ou seja, cairá por esgotamento. Assim, o Dr. Isaltino poderá ter uma reforma tranquila com a herança que receberá do sobrinho que tem na Suíça e os trocos miseráveis resultantes de uma vida dedicada à causa pública.
No meio do azar, coitado, até teve sorte, felizmente amealhou um bom pé-de-meia que nos tempos que correm não é coisa pouca.
A nós só nos cabe o azar de ver como anda o Portugal dos Pequeninos.

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