quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O AJUDADOR

Um dia destes, num jornal televisivo ouvi alguém, num país africano de língua portuguesa, que se referiu a outro alguém que tinha falecido como sendo um ajudador, no sentido, claro, de que era alguém sempre preocupado com os outros e disponível para as suas necessidades.
Como gosto muito das palavras, de quase todas as palavras, achei também esta muito bonita sendo, para mim, desconhecida, aliás, no meu corrector é sinalizada como erro. Depois de uma rápida pesquisa verifiquei a sua existência e aí surpreendi-me pela sua pouca utilização.
De facto é um termo muito curioso. Dá para imaginar alguém a ser inquirido quanto à sua profissão e responder, “sou ajudador”, deve ser uma profissão muito interessante e obviamente necessária, muito necessária.
É certo que muito provavelmente, todos nós conhecemos, felizmente, alguns ajudadores, pessoas que estão à nossa beira e que, às vezes sem darem por isso, nos ajudam, estão atentas e, de diferentes maneiras, são os nossos ajudadores.
A referência ao ajudador lembrou-me um outro termo também pouco conhecido e desusado, o ouvidor, alguém que ouve, que escuta.
Na verdade, em tempos marcados pela conectividade, estamos sempre “ligados”, marcados pelas redes sociais, nem sempre as pessoas, miúdos por exemplo, têm ouvidores, quem as oiça, quem as escute.
Talvez fosse de reflectir sobre a dimensão ajudadora e ouvidora do nosso funcionamento.

1 comentário:

Margarida Alegria disse...

Bem visto! Não se valorizam os "ajudadores" devidamente. Mass ainda bem que existem.