Hoje em dia é com relativa frequência que os mais novos, às vezes muito cedo, se deixam seduzir pela realização de tatuagens. Estes processos inscrevem-se no processo de construção da sua identidade embora, não é raro, mais tarde possam sentir que a tatuagem realizada já não lhes corresponde. É também conhecida a dificuldade de remoção dessas tatuagens bem como a existência de alguns riscos no próprio processo.
É por isso com enorme preocupação que, para além das escolhas que alguns miúdos, adolescentes e jovens fazem das tatuagens que querem colocar, ainda se verifica com muita frequência a acção de tatuadores que, independentemente da vontade dos destinatários, colocam em muitos miúdos "tatuagens" nas quais constam inscrições como, "incapaz", "anormal", "distraído", "deficiente", "sem futuro", "não aprende nada", "não vai a lado nenhum", etc., sendo que a criatividade dos tatuadores potenciará as possibilidades e os limites deste processo.
Como é reconhecido, estas tatuagens inscrevem-se de tal forma na pele dos miúdos que estes muito dificilmente conseguirão libertar-se delas, são extraordinariamente visíveis.
Alguns ainda tentam alguma forma de remoção mas este processo de tatuagem é tão forte e eficaz que essa remoção é, por vezes, uma batalha perdida. Quase sempre acabam por se acomodar e funcionar de acordo com a inscrição tatuada com consequências importantes na construção dos seus projectos de vida.
Nesse sentido, é sempre de chamar atenção dos profissionais e da comunidade em geral para estas matérias de modo a evitar marcar os miúdos com tatuagens de que eles tarde ou nunca se libertarão.
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